A Polícia Federal deflagrou na manhã desta terça-feira, 1º, a Operação Urutau, visando desarticular organização criminosa voltada à prática de desvio de recursos públicos e de lavagem de capitais por meio da utilização de “laranjas” e “testas-de-ferro”, com objetivo de dissimular ou ocultar a origem ilícita dos recursos e a real propriedade de bens e empresas.
Aproximadamente 15 policiais cumprem, em Palmas, quatro mandados de busca e apreensão e três mandados de prisão temporária, todos expedidos pela 4ª Vara Federal da Capital.
A investigação teve início com o desdobramento da operação “Reis do Gado”, deflagrada pela Polícia Federal em novembro de 2016.
A ação de hoje visa aprofundar as investigações, tendo como foco um dos eixos da organização criminosa, consistente no desvio de dinheiro oriundo de contratos públicos, além de ativa participação no processo de lavagem desses recursos, falsificando documentos e utilizando-se de empresas em nome de “laranjas” ou “testas-de-ferro”. O valor total dos contratos públicos ligados às empresas deste eixo pode ultrapassar R$ 50.000.000,00.
O nome da operação faz referência ao pássaro urutau, conhecido como o rei da camuflagem.
Prisão dos Mirandas
As prisões do ex-governador Marcelo Miranda, do seu pai, José Brito Miranda, e de seu irmão, José Brito Miranda Júnior, que ocorreram na semana passada, deram-se após a PF deflagrar a Operação 12º Trabalho. Outra ação que teve desdobramento pela operação “Reis do Gado e investiga a participação da família em crimes como peculato, fraudes em licitações, desvios de recursos públicos, recebimento de vantagens indevidas, falsicação de documentos e lavagem de dinheiro. Segundo a PF, o esquema de corrupção teria causado prejuízo de R$ 300 milhões aos cofres público.
Desde 2016 que Marcelo, seu irmão e o pai são alvos de operações da polícia. Reis do Gado, Marcapasso, Pontes de Papel, Convergência e até a Lava Jato procuram envolvimento do grupo em esquemas de corrupção. A Reis do Gado investiga "atos de lavagem de capitais e transações imobiliárias fraudulentas, para atribuir aparência de licitude aos recursos captados nos anos de 2003 a 2012".Viraram réus da operação: José Edmar Brito Miranda, Rossine Aires Guimarães, José Edmar Brito Miranda Junior, Antônio Lucena Barros, Luiz Pereira Martins Pires, Alexandre Fleury Jardim e Alaor Jual Dias Junqueira, além ex-governador Marcelo Miranda.
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