PGE confirma que governo cortará ponto de grevistas da Civil: Secad nega recuo

Ponto de grevistas será cortado, e multa cobrada de acordo com decisão judicial em vigor. Governo vê recuo por parte do Sinpol, e presidente do sindicato acusa secretários de não se entenderem

Sérgio do Vale, procurador-geral do Estado
Descrição: Sérgio do Vale, procurador-geral do Estado Crédito: Bonifácio/T1Notícias

O procurador Geral do Estado, Sérgio do Vale confirmou ao T1 Notícias que o governo do Estado fará o corte do ponto dos grevistas da Polícia Civil na folha de pagamento que será fechada esta semana.

 

“Vamos fazer o corte dos pontos e exigir o pagamento da multa”, afirmou garantindo que o que já está assegurado pela liminar obtida na justiça será aplicado.

 

Para o procurador, o grande responsável pelo impasse criado novamente entre a categoria e o governo é o próprio Sinpol, que sentou-se à mesa com diversos interlocutores, construiu um protocolo de intenções na véspera do feriado, dia 18, que já previa a suspensão da greve, e antes de levá-lo à assembleia geral da categoria, no dia 20, já recuou.

 

“Eles passaram a tratar o protocolo de intenções, que construíram junto, como se fosse uma proposta de governo. Em seguida levaram uma outra proposta, completamente diferente. Isso é diálogo?”, questiona Sérgio do Vale.

 

Mudança no feriado

A mudança na posição do sindicato ocorreu entre a noite de quarta-feira, e a manhã de sexta, quando uma contra proposta foi apresentada. “Naquele momento não houve discussão de retroativos, até por que seria proposta uma nova lei. Nada disso foi tratado. Então não se trata de contra-proposta, mas de uma nova proposta”, afirma o procurador.

 

Diante da manutenção do movimento grevista o governo do Estado anunciou que só volta a negociar quando houver o retorno ao trabalho.

 

Enquadramento na LRF

Sobre a alegação do sindicato de que houve recuo na posição do governo em cima do Protocolo de Intenções firmado na véspera do feriado, o secretário de Administração, Geferson Barros, disse ao T1 Notícias que não participou da reunião que lavrou o protocolo, e que a posição que deu aos grevistas durante a reunião de sexta-feira, 20, é de que só seria possível iniciar o pagamento com o enquandramento do Estado na LRF.

 

"É isso que está condicionado no protocolo. Tive acesso ao documento um pouco antes da reunião, mas o que está lá é a mesma coisa: que uma vez enquadrado o Estado iniciará o pagamento", disse ele.

 

Sinpol vê confusão e falta de comunicação no governo

Em release encaminhado à imprensa o Sinpol afirma que há confusão e falta de comunicação entre os secretários de Estado do governo Marcelo Miranda. "Fica parecendo que os próprios secretários não conversam ou que são inimigos dentro do governo. Não estão tratando os policiais civis com respeito. Infelizmente, parece que o governador Marcelo Miranda não tem gente confiável do lado dele", afirmou Moisemar Marinho. Para o sindicato, a contraproposta "é viável".

 

O comando de greve quer a manutenção da lei de 2014, ao invés da aprovação de uma nova lei pela Assembléia Legislativa. Quer ainda que o governo assuma pagamento de retroativos e negocie com bancos para emissão de títulos de dívida para os policiais referente aos créditos advindos do realinhamento salarial. O movimento grevista continua.

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