Recém-nascida morre no HRG por falta de atendimento especializado em UTI

O pai da recém-nascida Helloysa Flávia, Georton Flávio, disse que o Estado não providenciou o serviço necessário para preservar a vida de sua filha, mesmo após decisão judicial...

Georton Flávio, pai de Helloysa
Descrição: Georton Flávio, pai de Helloysa Crédito: Da Web

A criança Helloysa Flávia de Sousa, nascida há 28 dias e estava internada na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Regional de Gurupi por apresentar má formação e dificuldades para respirar, morreu na manhã deste sábado, 16. O Portal T1 Notícias conversou com o pai da criança, Georton Flávio, que disse estar indignado com o Estado, por não ter prestado os serviços necessários, mesmo após liminar da justiça, expedida no dia 13 deste mês.

 

“Minha filha não estava em uma UTI neonatal, e os médicos fizeram o que puderam para salvar a vida dela. Eu entrei com ação na Defensoria Pública e o Estado tinha a obrigação de transferir minha filha para outro Hospital que pudesse cuidar da saúde dela. Se o Estado se preocupasse com a vida e tivesse agido no tempo certo, teriam ajudado a salvar minha neném”, declarou Geortoon.

 

O pai disse que está tentando conseguir ajuda para levar o corpo da criança para ser velado em Goiânia e assim que retornar ao Tocantins vai manter ação na justiça contra o Estado, pelo descaso com o caso de sua filha. “A liminar foi expedida na quarta-feira [13] a Secretaria de Saúde não resolveu a situação. Agora estou atrás do Estado novamente para ver se consigo auxílio para o funeral, quero levar minha filha para ser velada em Goiânia e até agora nenhuma ajuda do Governo”.

 

Defensoria Pública se manifestou

Por meio de nota, encaminhada ao T1 Notícias, na manhã deste sábado, a Defensoria Pública do Tocantins informou que, juntamente com a família de Helloysa, irá fazer uma análise da situação, com o propósito de acionar judicialmente o Estado do Tocantins, objetivando a sua responsabilização civil em decorrência da sua gravosa omissão, em não ter disponibilizado a assistência médica, necessária a resguardar a vida da criança, violando o princípio da dignidade humana.

 

Sesau diz que bebê morreu no aeroporto

Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) informou os procedimentos aos quais a recém-nascida foi submetida desde o nascimento. Disse que a mesma chegou a ser levada para o aeroporto, de onde seria transferida para a cidade de Campo Largo, no Paraná, numa UTI aérea, mas não resistiu e morreu. A Sesau lamentou o falecimento. Confira a nota na íntegra:


Sobre a RN H.F.S., a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) esclarece que:

•       A RN nasceu no dia 20 de julho de 2014 em Hospital Particular no município de Gurupi.

•       No dia 01 de agosto de 2014 deu entrada na Maternidade do Hospital Regional de Gurupi com quadro de má formação congênita do aparelho circulatório (cardiopatia congênita) necessitando de cirurgia, a qual não é realizada no Estado.

•       No mesmo dia, 01 de agosto, a paciente foi cadastrada na Central Nacional de Regulação em Alta Complexidade do Ministério da Saúde onde se iniciou a busca de vaga para realização da cirurgia. Ressalta-se que existem poucos centros de saúde especializados neste tipo de cirurgia no país.

•       No dia 15 de agosto foi liberada uma vaga em hospital particular no município de Campo Largo-Paraná, a RN foi transferida para o aeroporto em UTI Terrestre e seria encaminhada via UTI Aérea, mas a mesma não resistiu e faleceu no aeroporto.

•       A Sesau lamenta a morte da RN e ressalta a importância de um pré-natal eficiente, que na maioria dos casos pode detectar casos como este ainda no período gestacional.

 

(Atualizada com correção às 10h03 do dia 18/08)

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