Sinpol diz que grevistas vão resistir à entrada de militares nos presídios

Moisemar Marinho disse que há 300 homens na CPP de Palmas e que eles não vão ceder à entrada da PM. Sobre Portaria, o presidente argumentou que os policiais, por lei, não podem ficar desarmados.

Presidente do Sinpol, Moisemar Marinho
Descrição: Presidente do Sinpol, Moisemar Marinho Crédito: Secom Tocantins

O presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Tocantins (Sinpol), Moisemar Marinho, disse ao T1 Notícias na manhã deste sábado, 15, que os policiais grevistas não irão sair dos presídios do Estado e nem voltar à suas funções de origem, como foi determinado pela Portaria Conjunta da Secretaria da Defesa Social (Seds) e Secretaria de Segurança Pública (SSP) nesta sexta-feira, 13.

 

Em relação à devolução das armas, o que também foi determinado aos policiais civis, Moisemar disse que ainda não foi notificado e nem tem conhecimento da Portaria, mas afirmou que neste caso, ela é uma afronta à legislação. “Ela [a Portaria] vai de encontro ao Estatuto da Polícia Civil, que deixa claro que todo policial civil, ao tomar posse, o Estado tem que conceder um kit, que contém arma, colete. Até que ponto essa portaria vai ter eficácia?”, ponturou ele ao tempo em que afirmou que “essa foi uma postura errada do Governo por ter feito isso com a categoria, até porque a greve continua, mas é mantido os 30%” de serviços essenciais.

 

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Moisemar afirmou ao T1 que os policiais civis devem continuar nos presídios. Quanto à determinação judicial para que a Policia Militar entre nos presídios já neste fim de semana, o presidente foi questionado se os grevistas irão resistir à entrada da PM. Em resposta Moisemar disse que “aqui na CPP de Palmas não vamos abrir mão enquanto o Governo não nos chamar para negociar”. O presidente afirmou que há 300 homens na CPP de Palmas e que eles devem continuar lá por tempo indeterminado. “Não vamos aceitar a entrada da PM enquanto o Governo não negociar”, avisou.

 

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Entrega das armas

O presidente do Sinpol também pontuou a segurança dos policiais, caso entreguem as armas: “Como faz na questão do flagrante? Condução do preso para o hospital, condução do preso em flagrante ao presídio, vai ser desarmado? Deixo essas interrogações e acho que é mais um ato prematuro do Governo e falta de responsabilidade do secretário de Segurança Pública”, afirmou.

 

Moisemar Marinho disse, ainda, que os policiais não vão fazer a entrega das armas, caso sejam notificados. “Quero saber quem vai tirar as armas dos policiais? A pergunta que faço é essa. Não vamos devolver. Como o policial vai ficar desarmado? Ele é policial 24h e a lei fala isso, que independentemente de estar armado em serviço ou não, ele é policial. Se acontece algum crime ele não pode se abster da responsabilidade que tem que evitar o crime, esse é o nosso argumento, a lei”, declarou.

        

Negociações com o Governo

O presidente do Sinpol também afirmou que já cedeu às negociações do Governo. “Eu provo à sociedade e para o Governo que já cedemos”, disse ao citar que no presídio Barra da Grota, em Araguaína, já foram abertas as visitas e condução dos presos às audiências. “No momento em que cedemos esses direitos dos presos em Araguaína, ele deveria ter sentado com a gente, porque em uma negociação ambas as partes tem que ceder e nós cedemos, agora está faltando o Governo ceder e nos chamar para conversar e aceitar uma proposta”, comentou.

 

Quanto à nota do Governo do Estado, em que “o Governo do Estado reitera a disposição de retomar as negociações com os policiais civis assim que os mesmos retomarem suas atividades”, Moisemar Marinho disparou: “Se com a greve o Governo não quer conversar, imagina sem a greve? O Governo já falou que estamos inflexíveis e disseram para que cedêssemos que eles iriam apresentar uma proposta. Nós cedemos em Araguaína e o Governo não nos chamou para conversar, então não adianta”, disse ele completando que o movimento grevista deve continuar.

 

 

 

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