Na Casa de Prisão Provisória (CPP) de Paraíso, nesta segunda-feira, 3, houve uma Aula Magna que serviu como o marco do ano letivo nas unidades do Sistema Penitenciário e Prisional. Participaram da aula 20 presos e duas professoras do Colégio Estadual Idalina de Paula, que atuarão no ano letivo.
A unidade prisional finalizou em agosto de 2019 a construção de uma sala de aula de 25 metros quadrados, que possui ventilação, quadro e 20 carteiras para acolher aos alunos. Trata-se de um trabalho que foi realizado pelo Estado em parceria com a o município e toda a sociedade. “Houve a integração de toda a equipe, além de uma parceria constante que existe também com a prefeitura e os cidadãos de Paraíso”, ressaltou o diretor da unidade, Lucas Pereira.
O diretor da unidade evidenciou também sobre a mudança no comportamento da Pessoa Privada de Liberdade (PPL) após o contato com o ensino. “Este trabalho integrado é de suma importância para a política pública de assistência educacional, pois o preso de alguma forma fica mais atento ao bom comportamento, além de ter mais oportunidades de concorrência no mercado de trabalho e sem falar da remição da pena pelo estudo, onde um dia de pena é remido a cada 12 horas de frequência escolar”, explicou.
V.A.O, de 51 anos de idade, que chegou na unidade prisional na 3ª série e hoje está na 7ª, ressalvou que o estudo traz a remição da pena como benefício, mas que isto hoje para ele não é o motivo maior. “Hoje eu aprendi bastante, o estudo para mim fez grande diferença, aprendi matemática, que gosto bastante e sei que isso que está acontecendo vai ser importante para mim. O benefício da remição é bem-vinda, mas não vem em primeiro lugar”, falou.
Assistência Educacional ao Preso
Renata Keli, agente analista responsável pelo setor de educação na Gerência de Assistência Educacional e Saúde ao Preso e Egresso, explana que para este ano a expectativa é que funcionem sete turmas no estado. “O trabalho do diretor e de sua equipe é essencial para que a implementação da política de ensino seja efetivada, trabalharemos com o objetivo da ampliação da mesma”, ratificou.
A gerente de Assistência Educacional e Saúde ao Preso e Egresso, Marluce Oliveira, evidenciou que a educação é um direito e deve ser ofertado. “É um Direito Universal, e não podemos facultar este direito. Perceba, aqui existem pessoas que estão com os corpos presos, mas com a mente aberta às possibilidades. E isso não pode ser ignorado. A Política de atendimento teve um grande ganho no dia de hoje”, finalizou.
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