Tocantins está entre os estados com menor taxa de prevalência do tabagismo

Médico alerta sobre os riscos para o fumante passivo, que podem causar as mesmas doenças provocadas pelo fumante ativo, incluindo câncer de pulmão, outras doenças respiratórias e cardiovasculares

A Lei Antifumo ajudou a diminuir a prevalência do tabagismo
Descrição: A Lei Antifumo ajudou a diminuir a prevalência do tabagismo Crédito: Foto: Da Web

De acordo com informações do Instituto Nacional do Câncer (Inca), do Ministério da Saúde, enquanto o Brasil apresenta um percentual de 10,7% de fumantes nas populações, o Tocantins possui 6,7%. A informação foi repassada durante o Ciclo de Palestra - Políticas Públicas para Enfrentamento do Tabagismo, realizado pela Secretaria de Estado da Saúde, por meio da Gerência da Rede de Prevenção, Diagnóstico e Tratamento do Câncer. 

 

Segundo a chefe da Divisão de Controle do Tabagismo do Inca, Valéria Cunha, mesmo com a redução do uso do tabaco, a queda do índice é importante e serve de alerta para continuar observando as novas estratégias da indústria do cigarro que trabalha com o intuito de reverter esses dados. Valéria destacou ainda que, no Tocantins, a experimentação do Narguilé (uma espécie de cachimbo de água de origem oriental, utilizado para fumar tabaco aromatizado) tem sido usada entre os jovens, fazendo com que esse público chegue ao uso do cigarro comum.

 

“Essa é uma estratégia da indústria para repor seus consumidores e mantê-los por muito mais tempo. Portanto, é preciso estar atento, pois a prevalência baixa também é um desafio para que ela diminua ainda mais e impeça que outras estratégias da indústria possam ser criadas. A prevalência baixa pode aumentar de uma hora para outra como vimos em outros estados, por isso o grande desafio vai além do tratamento do fumante, que são as ações de prevenção”.

 

Durante a palestra no evento, o médico especialista em cirurgia de cabeça e pescoço, José Carlos Berto, destacou a evolução do câncer em cabeça e pescoço e os procedimentos cirúrgicos, ocasionado pelo uso do cigarro. O médico pontuou sobre o desenvolvimento do câncer em pacientes passivos, e alertou que o tabagismo passivo pode causar as mesmas doenças provocadas pelo tabagismo ativo, incluindo câncer de pulmão, outras doenças respiratórias e cardiovasculares. “O tabagista pode ser responsável pelo adoecimento das pessoas do seu convívio, em casa, no trabalho e no lazer. Se você não é fumante, evite ambientes contaminados pela fumaça do cigarro”, alertou o médico.

 

Tratamento ao fumante

O gerente da rede de proteção, diagnóstico e tratamento do câncer da Secretaria de Estado da Saúde (SES-TO), Rodrigo Cândido de Sousa, destacou a evolução do trabalho do Governo do Estado, com o intuito de sensibilizar os municípios a implantarem as unidades de tratamento ao fumante, e ressaltou que o resultado do trabalho é atribuído ao esforço da equipe técnica da SES, do Inca e do Ministério da Saúde.

 

Atualmente, de acordo com o gerente, existem 28 unidades de tratamento ao fumante instalada em 20 municípios do Estado. “O evento serviu para alertar o maior número de pessoas para o problema que o tabaco traz à população, e esse momento vem ao encontro do trabalho que a Secretaria da Saúde já vem desenvolvendo que é a ampliação das unidades de tratamento junto aos municípios”.

 

Para que o atendimento chegue ao cidadão, Rodrigo destacou a importância da adesão dos municípios para a implantação das unidades de tratamento ao fumante. ”Esse é o caminho para que o cidadão tenha acesso à política de prevenção e ao tratamento”, observou, comemorando o avanço na adesão dos municípios desde 2015.

 

O chefe do núcleo do Ministério da Saúde no Tocantins, Luscleide Nazareno Mota, partilhou da opinião, ponderando que o montante gasto hoje com o tratamento de doenças oriundas do tabagismo poderia ser direcionado para o tratamento de outras áreas como, por exemplo, as grandes epidemias. ”Por isso, é de suma importância os profissionais entenderem que a prevenção é a saída para mudar esse quadro”.

 

Políticas de controle do Tabaco

A técnica do Tabagismo da SES, Andréa Cristina Alves, destacou que os temas abordados durante o Ciclo de Palestras - Políticas Públicas para Enfrentamento do Tabagismo foram importantes para ampliar o conhecimento e entendimento sobre as ações desenvolvidas na política, motivando os profissionais com intuito de ampliar as parcerias envolvidas nas ações de Promoção da Saúde no Estado do Tocantins. A técnica Kedma Maria Carneiro também frisou a importância de garantir o acesso do tratamento ao tabagista em todos os grupos sociais.

 

Um dos temas apresentados durante o evento, Políticas de Controle do Tabaco no Brasil: Novas Perspectivas, foi abordado pela psicóloga, especialista em Tabagismo, e membro do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva – (Inca), Vera Lúcia Gomes Borges, trouxe ao público o contexto histórico do tabagismo no Brasil; os indicadores epidemiológicos e as medidas adotadas para a diminuição da incidência e prevalência do tabagismo no território nacional, reforçando ainda as conquistas alcançadas, dentre elas o cumprimento da Lei Federal nº 12.546/2011, denominada Lei Antifumo.

 

(Com informações da Ascom/Sesau)

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