O final do prazo para que inscritos no cancelado Concurso do Quadro Geral do Estado requisitem de volta o valor de suas inscrições acontece nesta segunda-feira, 25. A partir de hoje o Estado tem noção de quantos decidiram refazer o certame e dar um voto de confiança ao novo governo, que anulou o que o antecessor promoveu. Mesmo sem vazamento de gabaritos, comprometimento do resultado, determinação judicial ou recomendação do Ministério Público. Aquela questão toda lá atrás que vocês se lembram bem.
Mais de 22 anos após sua criação, o Tocantins ainda não conseguiu passar para o restante do Brasil credibilidade na realização de seus concursos. Em parte por conta dos primeiros concursos realizados. Num o pioneirismo contava pontos na aprovação. Outro foi realizado por um governador e contestado por outro logo a seguir, gerando protestos e questionamentos na justiça.
Durante um curto intervalo de tempo, nos últimos anos, concursos públicos foram realizados sem contestação de resultados, e sem acusações de favorecimento político a indicados. E logo a seguir, em 2009, o famoso concurso do Quadro Geral, onde as falhas da universa na elaboração e impressão das provas provocaram o que já se sabe: desorganização que motivou, na mudança de governo, o cancelamento.
O governo do Estado tem pela frente o desafio de preparar o próximo concurso com cuidado redobrado: logística, organização, aplicação de provas devem ser itens irrepreensíveis. Afinal, foi nestas falhas aí que o governo se apoiou para cancelar o concurso realizado pelo antecessor.
O quadro é outro, de desemprego interno maior do que aquele que existia quando mais de 104 mil pessoas do Tocantins e de fora do Estado se inscreveram para realizar o concurso do Quadro Geral.
O desafio de fazer um concurso sério, acima de qualquer suspeita
Fazer um concurso sério, acima de interferências, com uma instituição de credibilidade, e atendendo todas as normas da legalidade em sua contratação, é o que se espera do governo do PSDB, por vários motivos.
Primeiro, por que é o autor da ação que motivou a determinação de exoneração dos milhares de comissionados, portanto a bandeira do concurso público é sua. Segundo por que cancelou um certame, cujo resultado já havia sido entregue em CD à Unitins e Secad, alegando falta de credibilidade em todo o processo.
Na última semana de abril, e faltando menos de 90 dias para o fim do prazo dado pelo STF ao Tocantins para que substitua os comissionados por concursados - e não por contratos temporários – vai chegando a hora do governo enfrentar um dos seus maiores desafios: reescrever este capítulo da história do Estado. Um capítulo borrado, apagado, e novamente escrito. Espera-se que agora em letra de forma, sem rasuras e ressalvas. Acima de qualquer suspeita.
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