A difícil arte de fazer as coisas certas

Tá difícil fazer jornalismo pó de arroz em Palmas e no Tocantins por estes dias.

 

Por mais que a gente evite a tal da dona confusão, ela nos encontra. Seja nas redes sociais, na caixa de email ou nos envelopes que chegam ao portador e sem remetente na portaria da redação do Portal. Quando não sai estampada, escancarada, no Diário Oficial.

 

Fico pensando se é assim em todo lugar, ou se é pior aqui.

 

Agora vejam: as pessoas estão cansadas de privilégios para poucos enquanto a maioria rala por aí, sem pai nem padrinho.

 

É por isso que notícias sobre nepotismo e nepotismo cruzado incomodam tanto. Mas todo mundo quer ler. É que quem trabalha o dia inteiro, paga cursinho, consegue passar num concurso público, espera no mínimo ser chamado. E não ver a lista de privilegiados ganhando de todas as formas. e pior: muitas, mas muitas vezes sem trabalhar.

 

O povo em geral e o tocantinense em específico está cansado do caciquismo, dos privilégios aos políticos e seus familiares, e do compadrio na hora de contratar obras e serviços.

 

Sem licitação

 

Agora inventaram uma nova moda: fabricar licitação que não existiu. É uma arte complexa esta: a de tentar burlar a lei fabricando documentos, alterando datas e fazendo uma mágica completa para dar a entender que primeiro se fez concorrência e depois fez-se a obra. Mas e quando o produto chega primeiro, e a adesão à ata acontece depois, como é que faz? e quando o sujeito compra sem nenhum processo e depois diz que ganhou? é de corar a cara de quem tem vergonha. Mas nem todo mundo tem.

 

Casos como estes aos quais me refiro estão estourando por aí e vão acabar repercutidos nas nossas páginas aqui. Depois não venham com lenga-lenga, xingatórios e acusações de que "deve ter algum adversário por trás disso". Não cola. Para quem adotou a regra do vale tudo, só não vale reclamar.

 

É que o normal, o legal, é assim: cotar, publicar edital, cumprir as etapas legais do processo e então executar (ou comprar) e pagar.

 

Se o normal não acontece, aí são outros 500. O que não dá mais é para ignorar. Sob pena de nos tornamos todos cúmplices da verdadeira farra que anda rolando por aí com os recursos públicos.

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