Agosto começa quente e governo Miranda ainda precisa mostrar a que veio

Primeira semana de agosto começa com notícias quentes, nacionais e locais. Estadão aplaude primeiros seis meses de Kátia Abreu no Mapa. No Tocantins parece que governo de fato ainda não começou...

Kátia Abreu e Marcelo Miranda
Descrição: Kátia Abreu e Marcelo Miranda Crédito: Pedro Barbosa/Secom

O mês de agosto chegou quebrando tudo. Para sacudir a pasmaceira de julho, em que só se ouviu notícia de temporada de praia e acidente de trânsito, a primeira segunda-feira do ano veio com notícias bombásticas.

 

No Tocantins, repercute a inclusão do deputado estadual e ex-presidente do Conselho Administrativo do Igeprev, Eduardo Siqueira Campos (PTB), na ação em que o Ministério Público Estadual denuncia os responsáveis pelos prejuízos causados ao Instituto de Previdência do Tocantins, com investimento de recurso da aposentadoria do trabalhador em fundos podres.

 

O fato, noticiado num domingo, num furo do portal G1, da Globo, causa duas interrogações: tem fato novo? Se não tem, porque Eduardo não foi incluído antes, no ato da propositura da ação?

 

A segunda-feira, por sua vez, já veio sacudida logo cedo pela prisão do ex-ministro petista, José Dirceu. Agora por conta de delação que o aponta como criador do esquema de corrupção dentro da Petrobrás e como beneficiário de propina por parte de empresas investigadas na Operação Lava-Jato. Durma-se com um barulho desses.

 

Em terras tocantinas, o barulho no entanto é outro.

 

No Estado para a assinatura de um Termo de Cooperação entre Sebrae e Mapa, a Ministra Kátia Abreu deu seu recado: este ano não é para colocar no foco, divergências políticas. “Vamos esquecer quem foi governador, quem quer ser”, deu o tom. “E vamos trabalhar”.  Sim, de fato, as pessoas esperam isto dos políticos que elegem.

 

Ato contínuo, a ministra pegou um avião, voou para Palmas, mudou de roupa e penteado e entrou no Palácio Araguaia pela primeira vez no mandato de Marcelo Miranda (PMDB), para prestigiar ato de lançamento do programa “Mulher, Viver sem violência” da companheira de primeiro escalão do governo federal, Eleonora Menicucci.

 

Recepcionada pela vice-governadora Claudia Lelis, no aeroporto, a Ministra da Agricultura faz um aceno público de pacificação do próprio PMDB -  o rei da confusão entre todos os partidos políticos no Tocantins - partido pelo qual foi reeleita e onde é lembrada como possível candidata a presidência da República na sucessão de Dilma Rousseff.

 

Em Aliança, Kátia fez outra previsão: quer revolucionar o setor do Agro, caso consiga permanecer à frente do Mapa durante todo o mandato da presidente Dilma.

 

O jornal “Estadão” publica editorial: "A Agricultura dá o exemplo", nesta segunda-feira, 3, exaltando o trabalho da Ministra da Agricultura tocantinense, após a coletiva da semana passada em que apresentou balanço dos primeiros seis meses à frente do Ministério da Agricultura. Segundo o jornal paulista, a ministra faz a diferença na paralisia que parece tomar conta do governo federal em tempos de crise.

 

Entrando no oitavo mês do ano, Marcelo Miranda, por outra feita, não tem muitos resultados a apresentar dos seus primeiros meses de governo.

 

Administrou problemas e concentrou-se em pagar a folha do funcionalismo. Investiu menos de 3% dos recursos do Estado, não acenou com qualquer programa de recuperação de estradas. Do prefeito de Ponte Alta do Bom Jesus, ouvi nesta segunda um cumprimento, pelo editorial que chamou a atenção para as estradas esburacadas do Sudeste. Especialmente a sua. Por lá, o tapa buraco foi feito com terra e já acabou. A região sofre.

 

Fazendo um exercício de memória e comparando os primeiros seis meses de Marcelo Miranda, com os primeiros seis meses de Siqueira Campos, em 2011, a diferença é grande. Aquele, também entrou cercado de muita expectativa e tomou de cara medidas impopulares - como exonerar mais de 16 mil comissionados - mas atacou os problemas de frente no primeiro ano. Não licitou um programa de recuperação de estradas - motivo de crítica dura de nossa parte à época - mas fez o programa de recuperação de estradas. Recebeu de herança as mais de 40 leis aprovadas a toque de caixa no fim do governo Carlos Gaguim, beneficiando servidores: negociou, parcelou, mas cumpriu todas.

 

Mergulhado na pauta negativa do servidor, o governo Marcelo Miranda patina. Ainda não devolveu a esperança depositada nele sob a forma de votos, com ações efetivas que mostrem para que rumo pretende levar o Estado. Entra no segundo semestre com a Educação em greve e o acordo da data-base que fez com os sindicatos ainda à espera de ser cumprido integralmente.

 

De fato, este mês de agosto precisa começar diferente, pois é preciso dar resposta à sociedade. O tempo dos ajustes já foi dado, com  paciência suficiente pelo cidadão/eleitor. 

 

Está na hora do governo efetivamente começar a gerar resultados. 

 

Que os tempos são de crise, ninguém duvida, mas o mínimo que se espera é que o trabalho planejado, articulado, competente, seja a resposta: ou a promessa de mudança terá sido apenas um mote publicitário, de uma campanha que terminou.

Comentários (0)