Bem ou mal, este ano tem Carnaval

A capital do Estado terá Carnaval este ano, diferente do que aconteceu nos últimos, quando o então prefeito Raul Filho alegou falta de recursos públicos para fazer a festa.

Desta vez, será um carnaval bancado quase que inteiramente pelo patrocínio que o prefeito Carlos Amastha anunciou ter conseguido com a Saneatins, empresa que tem a concessão da exploração do serviço de água e esgoto na Capital. Saneatins que agora é Foz, do grupo Odebrecht.

 

O custo total da festa: R$ 1 milhão e 200 mil, incluindo aí toda a estrutura de bandas, palco, som, decoração e detalhes que não foram ainda completamente divulgados. Não sabemos ainda, por exemplo, se toda estrutura da festa será licitada ou contratada diretamente pela empresa patrocinadora.

 

Ao Portal T1 Notícias o prefeito explicou que buscará conseguir os R$ 200 mil que faltam com outro patrocinador. Ou enxugará os custos.

 

Sem patrocínio aos evangélicos, o prefeito ainda estuda fazer um show Gospel,  um Dia de Louvor para atender à imensa massa que não pula carnaval, mas se recolhe em programações de suas igrejas.

 

Não só os evangélicos passam ao largo do reinado de Momo, mas os espíritas também, por exemplo, que buscam atividades alternativas.

 

Por falta de dinheiro mesmo, ou de vontade de gastar com o Carnaval, Raul Filho acabou atendendo nos últimos anos segmentos da sociedade palmense que defendem que o Município não deve investir numa festa que incentiva o consumo de álcool, e que no final, sempre gera sua cota de acidentes de trânsito e o congestionamento das unidades de atendimento à Saúde, por conta de todos os excessos.

 

Pois bem, Amastha está trazendo o reinado de Momo de volta à Palmas. Ainda reticente e pouco convencido de que a cidade tenha vocação para o Carnaval, disse que este ano será uma tentativa para fazer depois a análise do saldo da festa, em todos os aspectos.

 

Este é um carnaval completamente diferente, que vai para as extremidades da cidade como a Praia das Arnos (no Norte), o Taquari (onde o prefeito, então candidato iniciou sua virada) e em Taquaruçu (distrito charmoso no alto da Serra), berço da Capital. Três estruturas e o rodízio das atrações locais e nacionais farão uma festa que será de fato do palmense que não pode ou não quer viajar.

 

Não é um modelo voltado para a atração de turistas. E nisso, é preciso elogiar a decisão. A cidade ainda não tem condições para fazer carnavais como os que foram feitos aqui um dia. O poder público, por sua vez, não deve -  já disse isso antes e continuo pensando igual – investir milhões na festa de Momo para tornar Palmas um destino turístico nesta época do ano.

 

Talvez o caminho seja este mesmo: fazer uma festa no porte exato para atender quem mora aqui. E que, se consolidada ao longo dos anos, acabará se tornando destino de boa parte dos municípios tocantinenses. O que sem dúvida vai ajudar a movimentar hotéis e comércio.

 

De fato, Amastha está começando do zero, a movimentar uma área que o ex-prefeito realmente zerou. Vai enfrentar o descontentamento de muitos. Os que não querem mesmo Carnaval por aqui, e preferem que Palmas seja um destino religioso e esotérico nesta época do ano (um outro nicho de exploração do turismo). E até dos que querem, mas preferem o carnaval concentrado nas principais avenidas do Plano Diretor.

 

Carnaval nos bairros, considerando que as Arnos estão a um pulo da praça dos Girassóis, pode dar certo.

 

Vamos esperar para ver o resultado, contando que todo o suporte de Saúde e Segurança seja dado, para avaliar como a população vai receber a festa. E no próximo ano, melhorar a proposta para abrigar outros públicos que não só o de Axé, Batidão e Sertanejo.

 

Em Taquaruçu, por exemplo, não canso de defender um Carnaval mais à moda antiga, no ritmo das marchinhas e bailes de salão. Coisa que combine com o clima e a paisagem em cima da serra, cercada de curvas pelas quais é bem melhor passar sóbrio. E com o perfil de quem gosta de frequentar o lugar em todas as estações do ano.

 

O certo é que, independente de detalhes que possam contrariar uns ou outros, o Carnaval está de volta à cidade. Uma festa inegavelmente arraigada no gosto popular do brasileiro.

 

 

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