Muitas vezes já me frustrei com decisões judiciais.
Especialmente as que libertaram ou isentaram de responsabilidade, criminosos que todas a evidências apontavam como culpados. Mas nós, meros mortais, não temos o condão de manipular o judiciário a favor das nossas crenças, ou necessidades. Nem que seja a necessidade de ver satisfeito um senso de justiça.
Falo, no caso das minhas decepções, de assassinos de mulheres que moveram a seu favor laudos, provas, testemunhas e tudo mais que pudesse inocentá-los. Uns com o poder do dinheiro. Outros contando com falhas do próprio sistema.
A tentativa de fazer a justiça que melhor atende à vontade da autoridade policial era coisa de que se ouvia falar mas até ontem, não se tinha evidências tão gritantes.
E como foi isso? Apresentados ao judiciário todos os fatos e evidências contra um empreiteiro, o juiz em Palmas negou o pedido de prisão.
O que fez então a autoridade policial? Apresentou os mesmos fatos, contra o mesmo suposto autor, em outra comarca. Os mesmos fatos, afirma o Ministério Público. Na tentativa de que o juiz de outra comarca entendesse diferente.
E o que aconteceu? Inicialmente o empresário foi preso. Depois solto em instância superior.
Agora, que o processo chega à avaliação final com o parecer do Ministério Público, fica evidente que quem foi uma tentativa de alcançar uma decisão mais favorável ao que queria a autoridade policial.
Conclusão: o juízo em Alvorada declarou que a competência para atuar no caso é da Comarca de Palmas.
Vejam só. Não se trata de inocentar quem foi preso, das acusações que lhe foram imputadas.
Chamo a atenção do fato para evidenciar o método.
Já ouvimos falar do juiz justiceiro, que molda e adapta a lei ao seu bel prazer para satisfazer o seu senso particular de justiça.
Agora surge outra figura: a do delegado que tenta emplacar uma prisão, contra o mesmo réu, de juiz em juiz.
É assombroso.
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