Eduardo Gomes cresce no jogo e articula candidatura ao Senado

Bem com a cúpula do PSDB Nacional, Eduardo Gomes é o sonho dos pepistas para 2014, na disputa ao Senado. O caminho já está em construção, seja com Eduardo Siqueira, seja com Carlos Amastha

Não é segredo para ninguém que acompanha os bastidores da política tocantinense o quanto o deputado Eduardo Gomes cresceu e gera ciúmes pela cota que conseguiu emplacar, logo de cara na gestão do prefeito Carlos Amastha.

 

Amigo do empresário desde antes da política, ouvi dele, na semana anterior à eleição, enquanto almoçava com o irmão então candidato a vereador, Hiram Gomes: “se der mesmo o que está escrito aí nas pesquisas, quem vai trabalhar para criar uma relação institucional entre o Eduardo e o Amastha sou eu”.

 

A amizade dos dois (Eduardo Gomes e Carlos Amastha) não se abalou durante a campanha, em que Gomes fez resistência desde o início ao ritmo e ao modo como estava sendo construída a candidatura de Marcelo Lelis.

 

Pois bem, o tempo passou, Amastha ganhou a eleição, e os Gomes ganharam fatia considerável no governo municipal. Arrisco a dizer que talvez bem mais do que teriam com o deputado do PV, caso este fosse hoje o prefeito.

 

Agora vem o depois.

 

Eduardo Gomes quer ser candidato a senador em 2014, sonho que não esconde de ninguém. Lá atrás, viu-se preterido com a escolha de Vicentinho Alves na segunda vaga da chapa de Siqueira.

 

Se por um lado há os que dizem que o deputado tentou tirar o comando do tucanos no Tocantins do hoje governador (na época fora do poder), e que por isto teria perdido prestígio com os Siqueira , há os que pensam diferente e têm outras memórias a apresentar. Uma delas, o fato de que Gomes nunca mudou de lado. Nunca deixou de apoiar os Siqueiras.

 

Pois bem. De vereador e presidente da Câmara de Palmas a deputado federal e super secretario da Mesa no Congresso Nacional, Eduardo Gomes cresceu e apareceu.

 

Adquiriu status diferenciado junto ao PSDB nacional pelas relações que soube construir. E política, mais do que tudo, é uma rede de relações que dá certo e se traduz em votos. Seja nas bases, ou na cúpula.

 

E o fato é que Eduardo Gomes desfila em Brasília de posse de uma carta de “alforria” por assim dizer, de Aécio Neves. Nela, o líder tucano libera o deputado tocantinense para mudar de partido caso venha a ser novamente preterido na formação de uma chapa majoritária no Tocantins, no grupo onde está.

 

À amigos, à boca miúda, o deputado tem dito que não aceita a chapa Eduardo Siqueira/ Kátia Abreu para 2014. Entende que a vaga para Senado é por direito sua. E está disposto a saltar fora do barco tucano caso não seja atendido.

 

Forte não?

 

Por isso a proximidade com o Amastha, e os dois pés na prefeitura de Pamas soam mais do que simbólicos para o deputado, razão de boa parte dos ciúmes do Sargento Aragão sobre as nomeações (Gomes também está por trás da articulação de Valdemar Jr secretario para que o irmão, primeiro suplente, assuma).

 

Se tiver mesmo marcado no seu futuro que terá que romper com os Siqueiras para ser candidato a senador, o próximo barco poderá facilmente ser o PP. Lideranças alvoraçadas do partido não escondem a possibilidade, já que se alimenta em conversas de bastidores.

 

Sim, estamos em janeiro de 2013. Mas o xadrez da sucessão, que ninguém se iluda, já começou.

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