Nos últimos dias tenho ouvido as leituras políticas mais variadas sobre o fato. Desde teorias da conspiração, de que o evento tenta roubar o brilho de outro que ocorreu em Brasília há alguns dias e reuniu 80 prefeitos, até a informação de que ele acontece em decorrências das articulações do prefeito Carlos Amastha em Brasília, com a ministra Chefe das Relações institucionais e com o Ministro das Cidades. Passando também pelo material distribuído pelo pela ATN, agência governamental de notícias, que faz o link entre este encontro e outro, que o governo do Estado realizou no começo do ano para anunciar milhões e milhões em investimentos e obras.
Separando o joio do trigo, a verdade é que será um grande momento, com a presença de cinco ministros e vários ministérios.
Por ser um momento de trabalho - este sim, inédito na capital – todo mundo tenta de certa forma puxar a brasa para a sua sardinha. É o normal da política.
Mas o fato é que estes encontros com prefeitos, nos quais o de Palmas se insere, faz parte de uma nova estratégia do Palácio do Planalto para chegar direto, sem intermediários, à base maciça de lideranças, que são os prefeitos no interior do Brasil.
A própria divisão do bolo da arrecadação de impostos tem tornado a União a prima rica e os municípios o primo pobre na hora de receber e aplicar recursos. Prefeitos tentam encontrar o caminho da formulação de projetos, para cavar recursos. E de outro lado precisam estar atentos às certidões, que permitem a eles a necessária habilitação para receber os recursos.
No meio do caminho, fica o remediado, que no caso são os governos estaduais. E este, que recebe e entrega boa parte dos benefícios que o governo da presidenta Dilma manda para a ponta pobre, normalmente leva a fama.
Exemplo: os ônibus do Transporte Escolar, aqueles amarelinhos, em modelo e cores padrão no Brasil todo ( e que no Tocantins receberam uma adesivagem diferente).
Semana passada houve nova entrega destes ônibus no Tocantins. Como saiu o release distribuído para os veículos de comunicação? “Estado entrega mais 70 ônibus a prefeitos e chegará a 390 este ano”. No máximo os governantes dividem o mérito com o governo federal.
Dilma que vai à reeleição, trabalha monitorando seus sensores de popularidade com instrumento científico: pesquisa. Com base nelas, redireciona suas ações. E percebeu que em muitos estados, governadores da oposição - caso do Tocantins, é o PSDB quem comanda – colhem para si os louros do trabalho dela.
Conclusão: o governo federal vai saltar os governadores e ficar mais presente nos municípios brasileiros, direto com os prefeitos. A bola da vez, portanto, é da própria presidente.
No mais, ninguém pode tirar o mérito do prefeito da capital, que de fato tem livre trânsito especialmente nas pastas de Ideli Salvatti e Aguinaldo Ribeiro, e movimentou-se para que o evento tivesse grande dimensão na capital do Tocantins.
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