Fim de férias: governador reassume e prepara reforma administrativa

O Tocantins parece que volta a girar, especialmente tudo que depende da assinatura do governador, a partir desta terça-feira, 22.

 

Siqueira Campos, que já estava de volta ao Estado, reassumiu o cargo de fato e de direito. E com ele a caneta, que assina os atos que ninguém se atreveria a assinar em seu lugar.

 

Siafem aberto, contas a pagar vencidas e vencendo, FPE na conta. É o fim das desculpas oficiais que empurram “com a barriga”, literalmente, fornecedores com contas em aberto. Ouvi nos bastidores que só a Litucera tem R$ 42 milhões a receber do Estado. Fora todos os demais empenhos e notas que restaram do exercício de 2012 e agora são “restos a pagar”.

 

Para efeito da máquina pública, o retorno do governador é mais importante ainda para definir como funcionará o Estado neste 2013: um ano não eleitoral, em que cortes nos gastos devem ser feitos.

 

No Twitter, o secretario Eduardo Siqueira discutia outro dia as publicações de progressões que segundo internauta reclamou na rede, “o rei Sol Lúcio não protela até não poder mais a publicação”. Coisas menores, mas que fazem o diálogo ficar interessante no micro blog. Na sua resposta, além de dizer que ia averiguar, o secretario ironizou: “até quando todos estão se entendendo tem a turma que torce contra e diz: quaaase”.

 

Noutra resposta, ao discutir a tabela de progressões Eduardo Siqueira afirmou que não falta vontade ao governo para pagar. Mas que a crise é inegável.

 

Pois bem, é para enfrenta-la que a caneta do governador terá que fazer fusões e cortes. Espera-se, desta vez com um planejamento claro que possa ser apresentado via imprensa à população dizendo quanto o Estado economizará com esta nova mexida.

 

Os garantidos e os que estãp na corda bamba

 

Rumores de que a Cultura seria fundida circularam a tempo para que a secretaria Kátia Rocha, muito próxima do governador e da primeira-dama neutralizasse a intenção. Ela permanece, assim como a pasta.

 

Insatisfações com algumas questões na Seduc também foram contornadas e Danilo de Melo também fica.

 

Na berlinda estão Agimiro, da Setas. Também Alexandre Ubaldo, da Seinfra, do qual muitos companheiros da velha guarda têm reclamado, e que teria deixado perder recursos importantes como o da ponte de Porto Nacional, que Vicentinho Alves conseguiu via emenda de bancada. A obra agora foi parar no Pac 2. E nem o Pac 1 foi concluído. O secretario ganhou um prazo extra para acertar a pasta. E pode permanecer. Ou não, a depender de como for avaliado.

 

Na Comunicação, o problema é dinheiro. Da extrema confiança do secretario Eduardo Siqueira, Arrhenius Naves não consegue trabalhar com o orçamento cada vez mais reduzido. E não consegue cumprir os poucos compromissos que faz. As reclamações sobem de volume e vão parar na ante-sala do governador. Que cobra resultados. Mas sem financeiro, não há mágica. E o governo segue comunicando mal suas ações. Fato.

 

Uma incógnita é Paulo Massuia. Muitas reclamações chegam sobre ele. Especialmente de que trataria os empresários interessados em investir no Estado com a sisudez de gerente de banco. “Ele tem que entender que seu papel mudou”, chamuscou dia destes nos bastidores um aliado da campanha que acha que Massuia ainda não disse a que veio. Para o governador no entanto, os relatórios apresentados estão perfeitos. E embora muitos que cheguem ao Estado não queiram tratar com o secretario como interlocutor, ele deve ser mantido. Compromissos feitos quando Massuia deixou aquele mega orçamento do Sebrae para ser secretario, devem ser mantidos.

 

Na Fazenda, uma situação curiosa, o sub-secretário Marcelo Olímpio - que foi secretário da gestão de Carlos Gaguim -  deve suceder o conselheiro aposentado José Jamil.

 

O governo, para juntar ações práticas ao discurso de que a capacidade de investimento está comprometida, e de que está de fato preocupado com sua baixa capacidade de pagamento, vai precisar agir.

 

Não poderá ser uma reforma apenas de pintura, para melhorar a fachada. Ou os problemas são atacados agora e a visão que a população tem do governo melhora, ou esta gestão estará fadada a inaugurar obras. Trechos de estradas, que no fim o povo entende como obrigação.

 

Como se sabe, ações administrativas tem efeitos políticos. E mais do que obras, é preciso saber tratar gente. Neste quesito, é que a memória do ex-governador Marcelo Miranda ressurge nas esquinas e nos cafés, nas pesquisas de intenção de voto e nas rodas políticas. Se não o tornarem inelegível, vem problema aí em 2014 para as intenções dos atuais inquilinos do Palácio Araguaia em fazer o sucessor.

 

Mas como gosta de dizer o secretario Eduardo, antes de 2014, tem 2013. O ano do governo acertar seus ponteiros. Se quiser mesmo pensar em futuro político.

Comentários (0)