A reta final da disputa por mandatos na Câmara dos Deputados em Brasília caminha para esvaziar mais uma candidatura que se apresentava como “o novo”.
Tiago Andrino, ex-secretário do município de Palmas iniciou curva descendente nas próprias pesquisas internas do seu grupo e estaria buscando saída honrosa, para deixar a disputa sem envergonhar seu padrinho político: o prefeito da capital.
Com compromissos atrasados com um grupo grande de candidatos a deputado estadual, a fase de privilégios de Andrino parece estar perto do fim. Ele que chegou a impor na produtora que faz a campanha proporcional da coligação governista a obrigação de sair todos os dias, vive dias difíceis com seus apoiadores.
Começando pela bancada evangélica - para a qual produziu um vídeo prometendo reforçar os valores da família - abalada depois de ver circular no Whatsapp há cerca de duas semanas, o vídeo que conseguiu tirar do ar numa ação contra o Google, em que se declarava a favor “das livres formas de amar”.
Ironicamente, Andrino, que negou o passado de militante de esquerda e das causas que defendia, acabou sofrendo um golpe baixo em Araguaína e que poderia facilmente ser enquadrado como homofóbico. Panfletos apócrifos circularam pela cidade atribuindo a ele um suposto romance homossexual. Coisa rasteira que causou constrangimento enorme e que pode ter origem no fogo amigo: a briga é dura dentro da sua coligação.
Pastor Adalberto já conversa com outros
Dobrado com Andrino em Porto Nacional, Pastor Adalberto Leite, do PSC é um dos candidatos a deputado estadual que representa o viés evangélico dentro de sua campanha.
Uma fonte de dentro da campanha do pastor não esconde que ele já conversa com outros candidatos a federal buscando uma saída para compromissos não honrados com folha de pessoal, combustível entre outras despesas assumidas pelo pepista. “Ele está empurrando o pastor com a barriga desde o dia 20 de agosto. É sempre pra amanhã, pra amanhã, e nada”, diz a fonte.
“Na capital, os vereadores que são dobrados com ele não podem romper por causa do prefeito, mas as campanhas do Juscelino e do Cleiton Cardoso também estão passando aperto”, relata outra fonte de dentro da campanha governista.
No caso do Pastor Adalberto a militância lamenta profundamente a dobrada mal-feita. “ Ele é suplente de deputado e poderia assumir a cadeira do Irajá se tivesse ficado com ele no começo da campanha”, contam.
Com mais de 7.700 votos na eleição passada, quando fez campanha sozinho, o Pastor Adalberto trabalha com a meta de 9 mil votos nesta eleição e deve anunciar nos próximos dias rompimento total: com Andrino, Eduardo Gomes e Sandoval.
Berenice decide se afastar e sai de férias
Primeiro a esvaziar a campanha de Andrino, o deputado Wanderlei Barbosa(SD) deve sentir as consequências de um rompimento com o grupo do prefeito nos próximos dias. Sua irmã e secretária de Educação do Município evitou comentar o assunto na segunda-feira, 22, mas nesta terça-feira 23,já não foi trabalhar.
Na secretaria a informação é que está de férias por 15 dias: “ até o fim da campanha”.
Um comício conjunto de Barbosa com Irajá Abreu na serra, tuitado pelo vereador Iratã Abreu foi a gota d’água, conforme fonte do grupo do prefeito.
Correndo atrás de desmentir que estaria se preparando para desistir da disputa, Andrino chegou a declarar a alguns blogs neste final de tarde que está firme na campanha.
O esvaziamento no entanto já começou. Uma sangria desatada que lembra o ditado popular: fogo de morro acima e água de morro abaixo é difícil. Muito difícil de segurar.
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