A vida do funcionário público no Tocantins, no geral, tem sido uma luta nestes últimos meses. A começar pela mudança na data de pagamento, que até novembro acontecia no quinto dia útil de cada mês e a partir de janeiro passou a ser dia 12 de cada mês.
Quem tem compromissos programados, principalmente em banco, rebola para dar conta de fechar o mês. Coisas da vida. Menos pior, é certo, que em outros estados assolados pela má gestão dos seus governos anteriores, e que ainda não conseguiram colocar salários em dia.
Progressões, data base, e os benefícios concedidos em lei que o governo atual considera irregulares, estão na pauta dos sindicatos em suas tratativas com o governo, nem sempre bem sucedidas.
Nesta sexta-feira, 24, o secretário Paulo Sidney, que tinha projetado que as finanças se recuperariam em 4 meses, confirmou ao T1 o que já se suspeitava: a receita não reagiu a ponto de permitir que o governo acerte o passo e o compasso. Assim, ficam os pagamentos para cada dia 12 mesmo.
Numa semana que termina com o cancelamento do ato que ampliou o cadastro reserva do Quadro Geral, os servidores também sofrem com a redução da rede de atendimento do Plansaúde. Quem vai ao SAU, por exemplo, lê logo na entrada o aviso, num cartaz que
pode até soar constrangedor: se a demanda não parar de aumentar, eles vão deixar de atender Plansaúde. Oi? Como assim? O servidor público continua a ter descontado em folha o dinheiro do seu plano de saúde e não pode ser penalizado por má gestão que se arrasta há meses.
A Secad por sua vez, em nota, garante que já negociou e que os pagamentos estão “praticamente regularizados”, já que teriam pago, segundo afirmam, o ano de 2014 e solicitado as notas de janeiro.
Presente para o dia do trabalhador
Se a luta é dura, a vontade do governador é grande de recuperar o desgaste da imagem junto ao servidor. Parte dele, injusto, já que herdou o abacaxi sem muitas condições de descascar e fazer um belo e doce suco.
Nos bastidores o que se escuta é que Marcelo Miranda pretende conceder a redução da carga horária aos servidores públicos, voltando o expediente para 6 horas corridas. O argumento, é o de sempre, economia de energia, água, etc. Uma medida que assusta e penaliza o comércio, mas que faz a felicidade dos servidores, em sua maioria.
Mais medidas de contenção devem vir por aí, na tentativa de ajustar as contas apertando o cinto. O problema é que não adianta ao governo, fechar a torneira de um lado para abrir com vontade de outro. A coisa tem que ter coerência. Sob pena de gerar uma mensagem truncada para a opinião pública.
Prestes a entrar no seu quarto mês de gestão, a verdade é que o governo ainda comunica mal, política e institucionalmente, o que faz para enfrentar a crise. Quem sabe amenizando a relação com os servidores, fique mais fácil.
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