A ministra Kátia Abreu, em dia de lançamento do Plano Safra, ontem, terça-feira, 2 em Brasília, cravou uma vitória enorme para a classe produtiva brasileira no campo, em tempos de crise e corte no Orçamento. Os recursos para este ano, são superiores em 20% aos do ano passado, totalizando investimentos de R$ 187, 7 bilhões a serem feitos pelo governo Federal. Uma prova de força e da confiança que a presidente Dilma Roussef lhe deposita para impulsionar um setor responsável por boa parte do PIB brasileiro.
Enquanto a imprensa nacional tratou o assunto como uma reação positiva do Planalto, que destoa da agenda dura enfrentada pela presidente este ano, no pano de fundo, a movimentação política foi algo interessante de se ver.
Do Tocantins, deputados da base e de fora dela, prestigiaram a audiência pública que discutiu o Matopiba, na Comissão Permanente de Agricultura, presidida pelo deputado federal Irajá Abreu(PSD). Lotada, a sala onde funcionam as atividades da comissão recebeu deputados federais dos quatro estados para ouvir a ministra.
Foii lá que Kátia Abreu recebeu calorosamente os deputados do Tocantins, articulados por ninguém menos que o deputado federal Carlos Gaguim, do PMDB. Ele articulou para levar Wanderlei Barbosa(SD), Amélio Cayres(SD), Vilmar do Detran (SD), Eduardo do Dertins(PPS), Cleiton Cardoso(PSL), Olyntho Neto(PSDB) e Nilton Franco(PMDB). Além do presidente da Assembléia Legislativa, Osires Damaso(Democrata).
Nos bastidores já é visível o trabalho que o deputado vem realizando, de articulação política, entre a ministra e a bancada federal do seu partido. O objetivo é fortalecer Kátia Abreu para a disputa presidencial dentro do PMDB.
Esperto, Gaguim trabalha no entanto as duas vias: a Corte e a província.
Já dizia José Maria Alkmin - político mineiro de Diamantina que fez carreira como ministro, Congressista e vice-presidente da República de Castelo Branco - “a Corte é sedutora, ela nos embriaga, mas o que nos mantém na Corte é a província, daí eu nunca me esquecer das minhas Minas Gerais”…
O espírito do trabalho de articulação feito pelo ex-governador e deputado federal é justamente este: fazer a aproximação de parlamentares tocantinenses com a ministra mantendo vivo e em alta seu nome entre a classe política. Enquanto na via de mão dupla, fortalece o nome para construir uma rede de apoios à pretensão que tem de disputar a prefeitura de Palmas pelo PMDB da Capital.
Parêntese.
Em franca aproximação com o prefeito Carlos Amastha, via PSD, com a possibilidade de consolidar dentro da gestão municipal um espaço para que o partido indique o secretário da pasta da Habitação, o deputado Irajá Abreu teria separado, durante reunião com os parlamentares em Brasília, as duas agendas. A administrativa não significaria apoio político. “O apoio político é do deputado Gaguim”, teria dito Irajá aos parlamentares.
Fecha parêntese.
Na linha de frente da oposição na capital, o deputado Wanderlei Barbosa é um dos aliados de Gaguim na construção de um bloco para as eleições do ano que vem. O que não se sabe é se Barbosa abrirá mão do sonho de ser candidato a prefeito, que já declarou alimentar, e apoiará o deputado federal e ex-governador. Coisa para decisão futura.
O que a movimentação em Brasília demonstrou claramente ontem, é que cada vez mais a senadora e ministra Kátia Abreu avança para se fortalecer no cenário nacional. E não está só nem desapercebida das articulações locais.
Enquanto o filho, e presidente do PSD, Irajá Abreu, mantém movimentada sua agenda de atendimento a prefeitos e destinando emendas aos municípios de sua base de apoio, numa política de resultados, Carlos Gaguim tornou-se o aliado de primeira hora para fazer a política de relacionamento.
Os frutos que esta aliança dará, só o futuro vai dizer. Mas ninguém duvida que já incomoda.
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