Uma nova leva de exonerados e seu impacto na praça

A Prefeitura de Palmas está demitindo. O governo do Estado começa, ainda que lentamente, a fazer as substituições entre contratados e concursados.

 

Na prática, uma nova leva de exonerados, especialmente na capital, vai para as ruas impactar com inadimplência o comércio, os bancos, os consórcios.

 

Pouco ou nada se vê, nem se ouve sobre vagas criadas. Novas iniciativas especialmente na área da industrialização -  só ela capaz de gerar vagas em grande número – que possa servir de alento para uma multidão de desempregados.

 

No caso do município, não se trata simplesmente de substituir os comissionados do Raul pelos comissionados do Amastha. É enxugamento de despesas com redução de cargos. Enfim: a guilhotina cortando a folha.

 

No Paço Municipal, os comissionados da nova gestão entram com um status diferenciado: o de que são melhor qualificados e portanto precisam ser melhor pagos. Os aumentos superaram a casa dos 40%, chegando a mais de 70% em alguns casos.

 

No Estado, o que se viu esta semana foi prorrogação de contratos. Interlocutores do governo não se cansam de fazer um discurso de conveniência. Como entender por exemplo, a fala anterior do secretario Lúcio Mascarenhas de que os contratos vigorariam até o concurso? Se agora em outra fala declara que é preciso esperar o fim dos contratos vigentes para chamar os concursados? E em seguida renova contratos? É o Mágico Mundo de Oz.

 

De real, o que teremos: milhares de demitidos. E um corão de inadimplência. Desde que o governo do Estado fez aquele corte histórico de comissionados no começo desta gestão de Siqueira Campos defendo que o poder público tem a obrigação de estudar alternativas para minimizar o impacto que isso causa na economia local e na vida dessas pessoas.

 

Novamente a cena se repete. E de alternativa, nada.

 

Dizer que o Banco do Povo vai emprestar dinheiro para que os exonerados montem seus pequenos negócios é outra ilusão, cortina de fumaça. Empreendedorismo pode até nascer de uma situação adversa. Mas fico pensando na capacidade da cidade em absolver tantas iniciativas individuais autônomas. De quantos pontos de venda de milho e espetinho ainda precisamos? De quantas pessoas vivendo de sub emprego e bolsas tudo?

 

Quebrar esse ciclo vicioso em que o Estado e o município são os grandes empregadores é tarefa urgente do poder público. E se a memória não nos falha, também é promessa recorrente de campanha. E não só de um palanque. 

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