Via Valdemar, Amastha pode garantir 50% de margem para remanejar orçamento

Amigos, está emocionante assistir a forma como o prefeito eleito Carlos Amastha vem driblando as resistências que tinha com esta legislatura

Valdemar tem sido o maior aliado do prefeito
Descrição: Valdemar tem sido o maior aliado do prefeito Crédito: Lourenço Bonifácio

 

A seu modo ele trabalha para conseguir o que precisa para fazer a administração que quiser no seu primeiro ano de governo.

 

O maior aliado do prefeito, que não tinha nenhum vereador da atual legislatura o apoiando na campanha, tem sido o vereador Valdemar Jr., do PSD de Kátia Abreu. Coisas da política.

 

A mais recente movimentação do eleito, que incendeia os bastidores nem é o aumento dos vencimentos do vice-prefeito e dos secretários, mas a articulação para que o prefeito eleito tenha margem de remanejamento do orçamento de 50%.

 

É uma coisa pra lá de exagerada, que só encontra precedentes no último ano de Marcelo Miranda, que teve esse percentual. Gaguim teve 40%. Raul, até aqui tinha 30%.

 

Na prática, se der essa margem a Amastha, a legislatura atual que foi quase às vias de fato com ele no começo do ano por conta da discussão sobre expansão estará assinando um cheque em branco para o prefeito movimentar o que quiser. Sem ter o desconforto de precisar que a nova Câmara, aquela eleita pelo povo para fiscalizá-lo, e tão nova quanto ele mesmo, possa votar essas decisões.

 

Um aumento que pegou mal

 

A medida de aumentar os salários de secretários e vice-prefeito pode até ser entendida pelos mais próximos, mas não está “descendo” na garganta dos menos favorecidos. Justamente a massa que elegeu Amastha.

 

Ontem no facebook um dos novos desiludidos com o prefeito eleito questionava: “o aumento é para os secretários trabalharem mais motivados? E como fica a motivação dos mais simples funcionários? É, o mundo pode até acabar para algunsneste fim de ano, mas está é começando muito bem para outros ano que vem”.

 

Noutro comentário uma leitora questionava o deputado Aragão, que fez declarações ácidas sobre estar fora do processo de escolha dos auxiliares do eleito. “Aragão, mostre que você vale mais que R$ 16 mil”, dizia ela.

 

Menos atenção, mais vantagens

 

O que rola nos bastidores entre eleitos é que o estilo Amastha de ser tem sido um choque para os que se habituaram ao estilo Raul de ser e se relacionar com os parlamentares. Quem está aqui há mais tempo se lembra que Nilmar não foi tão feliz no relacionamento com a Câmara, embora tivesse a maioria.

De pouca conversa, o eleito estaria usando Thiago Andrino e Adir Gentil na interlocução com os vereadores. A tática seria negociar vantagens iniciais como a indicação de diretorias e gerências (cinco para cada parlamentar da base), com salários maiores do que o pacote de cargos que cada um tinha com Raul (R$ 17 mil).

 

Acertada a cota de participação dos vereadores nas indicações, o prefeito eleito não faria questão de muita convivência. A não ser com os que considera realmente seus. E que são poucos. Esse comportamento no entanto já está acendendo a luz amarela na cabeça de alguns. Se derem a Amastha a mobilidade que ele precisa para mexer no orçamento sem consultar a Câmara, os nobres edis serão brevemente pouco úteis.

 

É na cota dos próximos que por força das circunstâncias e não da eleição, Valdemar Júnior tem crescido e garantido um papel importante. Na relatoria do orçamento, deve partir dele a emenda que altera a margem de remanejamento que o prefeito eleito terá.

 

Resta saber se Amastha terá habilidade suficiente para fazer maioria para aprovar o cheque em branco já nesta legislatura, que tanto desmereceu.

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