Ataídes rescindiu contrato com Abreu após indícios de envolvimento com Cachoeira

O suplente de senador, Ataídes Oliveira, afirmou ao T1 Notícias que não há nada de ilícito em depósitos da empresa Adécio e Rafael Construções, que seriam parte de contrato que foi rescindido.

Ataídes de Oliveira
Descrição: Ataídes de Oliveira Crédito: Sherlyton Ribeiro

Em entrevista ao Portal T1 Notícias na manhã desta quarta-feira, 14, o suplente de senador, Ataídes de Oliveira (PSDB), falou sobre os depósitos, um de R$ 240 mil e outro de R$ 80 mil, feitos pela empresa Adécio e Rafael Construções e Incorporações Ltda em sua conta. A empresa é apontada em investigações da PF como “empresa laranja” no esquema do contraventor Carlinhos Cachoeira.

Segundo Ataídes, os depósitos são referentes à parte do pagamento da venda de 50 % de uma aeronave a empresa Valesul Consultoria, Construções e Administração Ltda, de propriedade do ex-diretor da empresa Delta, Cláudio Abreu.

O parlamentar afirmou que não há nada de ilícito na negociação e que assim que teve conhecimento, por meio da imprensa, que Cláudio Abreu estava envolvido no caso “Cachoeira” desfez o contrato. “Não há nada de ilícito. Há um contrato de compra e venda registrado em cartório e houve parte do pagamento. Quando tive conhecimento pela imprensa que este moço estava envolvido no caso “Cachoeira” nós fizemos o destrato e eu devolvi o dinheiro”, explicou Ataídes.

Ataídes de Oliveira declarou ainda, sem mencionar nomes, que tentam utilizar o caso para denegrir sua imagem. “Estão tentando denegrir minha imagem, mas não há nada ilícito”, afirmou o suplente, que reforçou não possuir envolvimento com Carlinhos Cachoeira. "Tive uma relação de amizade, que hoje nem existe mais. Não mantive e não mantenho nenhum tipo de negócio com ele", concluiu Ataídes. 

Contrato

O suplente de senador encaminhou ao T1 Notícias o contrato de compra e venda da aeronave, o contrato de rescisão da negociação e ainda o certificado de matricula do jato, conforme anexos abaixo. O contrato de compra e venda, celebrado em 09/11/2011, especifica como compradora da Aeronave marca Raytheon Beechcraft a empresa Valesul. O contrato especifica ainda o valor da negociação, R$ 2.160.000,00, e que o pagamento seria realizado em seis parcelas de R$ 360 mil previstas para 09/11/2011, 05/12/2011, 05/01/2012/, 05/02/2012, 05/03/2012 e 05/04/2012.

 

A assessoria de Ataídes de Oliveira encaminhou nota sobre o assunto. Confira:

NOTA DE ESCLARECIMENTO

Através da presente nota, esclareço e fundamento através dos documentos anexos, a licitude do valor depositado pela empresa Adecio e Rafael (dita como empresa laranja do Cachoeira), em minha conta bancária pessoa física.

De acordo com o Certificado de Matrícula nº 18459, expedido pela Agência Nacional de Aviação Civil – ANAC, cuja cópia segue em anexo, sou proprietário de um jato executivo marca Beech Aircraft 400A, prefixo PT-TRA.

Em 09/11/2011, foi celebrado contrato de compra e venda de 50% da referida aeronave, constando com vendedor a minha pessoa física e como comprador a pessoa jurídica denominada Valesul Consultoria, Construções e Administração Ltda., cujo proprietário é o Sr. Claudio Abreu ex-diretor da Construtora Delta (envolvida no caso Cachoeira). O valor da venda dos 50% da aeronave foi de R$ 2.160.000,00 (dois milhões, cento sessenta mil reais), conforme cópia do contrato em anexo.

De acordo com o cotrato de compra e venda, o pagamento se daria através de seis pagamentos iguais de R$ 360.000,00 a serem efetuados na conta bancária de minha pessoa física.

Acontece que, quando tivemos conhecimento através da imprensa, de que o Sr. Claudio Abreu, estava envolvido no caso “Cachoeira”, rescindimos imediatamente o contrato de compra e venda da aeronave. Conforme cópia do Termo de Rescisão de Contrato em anexo. 

Assim, informo que o depósito no valor de R$ 320.000,00 efetuado pela empresa Adecio e Rafel em minha conta bancária, trata-se de pagamento de parcela do contrato de compra e venda de aeronave citado. E não tinhamos conhecimento de que esta empresa fora autora deste depósito. Imaginávamos que o referido depósito teria sido efetuado pela Vale Sul.

Diante dos fatos aqui expostos, juntamente com os documentos comprobatórios anexos, constata-se, sem sombra de dúvidas, não existir nenhuma irregularidade nos depósitos efetuados pela empresa Adécio e Rafael em favor de minha pessoa física. Tratando-se de venda de aeronave, não tendo relação alguma com o caso Cachoeira.

Atenciosamente,

Ataídes de Oliveira.

 

Entenda o caso

O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) protocolou, em setembro, requerimento na CPMI que investiga o contraventor Carlinhos Cachoeira solicitando que o suplente de senador Ataídes de Oliveira dê explicações sobre dois depósitos feitos pela empresa Adécio e Rafael Construções e Incorporações Ltda em sua conta. A empresa é apontada em investigações da Polícia Federal como “empresa laranja” no esquema do contraventor Carlinhos Cachoeira. 
Os depósitos na conta de Oliveira ocorreram no dia 9 de novembro de 2011, no valor de R$ 240 mil, e no dia 6 de fevereiro de 2012, no valor de R$ 80 mil, respectivamente.


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