Em balanço, Irajá Abreu diz que campanha de Palmas deixa lição e critica Miranda

Deputado diz que derrota de Raul demonstra que não se deve apostar em candidatura em discussão na justiça, no caso de majoritários. Ele descarta aliança com Amastha e critica gestão de Miranda

Deputado federal Irajá Abreu
Descrição: Deputado federal Irajá Abreu Crédito: Foto: T1 Notícias

O deputado federal Irajá Abreu (PSD) creditou ao trabalho duro de acompanhamento feito por ele e pela senadora Kátia Abreu (PMDB) em todo o Estado, o resultado obtido pelo seu partido nas eleições municipais deste ano, com a eleição de 28 prefeitos e 20 aliados. O PSD elegeu um prefeito a mais que o PMDB, tornando-se o partido que mais representantes tem à frente de executivos municipais. “Sem querer antecipar, mas boa parte desses aliados que se elegeram, pretendem filiar-se ao PSD em breve”, afirmou.

 

Sobre o resultado de Palmas, onde o partido deixou a gestão de Carlos Amastha, aliando-se a Raul Filho, do PR, em seguida, o deputado avaliou que a insegurança jurídica foi determinante par a derrota do ex-prefeito. “A lição que eu particularmente tiro disso tudo é que campanha majoritária, sob júdice ou em discussão, é muito complicado. Não dá mais. Se é para o legislativo, que o cara vai sozinho, é um risco dele se eleger ou não (…) mas no caso do executivo, tem todo um grupo envolvido e isto afeta a ele e também aos vereadores, à chapa proporcional. Gera uma instabilidade muito grande”, disse ele.

 

Segundo Irajá Abreu, a decisão de apoiar Raul mesmo nestas circunstâncias foi tomada após ouvir advogados. “O próprio Raul estava muito confiante”, disse o deputado. Chefe de gabinete de Irajá em Palmas, e acompanhando a coletiva, Paulo Lima complementou: “eles nos convenceram disso, de que era possível”.

 

Sem expectativa de aliança com Amastha

Questionado se há possibilidade de que o PSD retome a aliança administrativa que fez com Carlos Amastha no passado, Irajá Abreu foi reticente. “Não vejo possibilidade. Não quer dizer que seja impossível. Na política nada é impossível, uma vez que já fizemos uma vez, depois de todo enfrentamento que tivemos no passado”, avaliou. “No entanto, esta aproximação não está nos planos do partido”, disse o deputado.

 

Depois de eleger José do Lago Folha Filho, que é líder do prefeito na Câmara Municipal, e Diogo Fernandes, que foi secretário de Amastha, Irajá Abreu disse que o partido vai reunir os vereadores eleitos para ouvi-los sobre a condução dos dois na Casa a partir do ano que vem. “Não vamos tomar posição antes de sentar e ouvir como os dois estão pensando”, afirmou.

 

Irajá disse aguardar os rumos que o prefeito eleito vai tomar, uma vez que seu nome já é projetado para uma candidatura em 2018. “É uma situação delicada. Não sei se ele de fato vai se afastar com um ano e três meses de mandato para disputar uma eleição majoritária. Vamos ver”, resumiu.

 

Miranda se isolou e “tem limitações pessoais como gestor”, diz deputado

Questionado se há a possibilidade de que o PSD volte a caminhar com o governador Marcelo Miranda (PMDB), uma vez que chegou a fazer alianças pontuais com o partido no interior, Irajá descartou reaproximação. “O governo está muito ruim, um desempenho muito ruim em todas as áreas. Veja só, ninguém é perfeito, ninguém é bom em tudo. A gente precisa se cercar de gente melhor que a gente, em todas as áreas. O governador, pelo contrário, se isolou num momento de crise econômica e ética. Não buscou ajuda. Além disso, tem a questão das limitações pessoais dele como gestor”, avaliou.

 

Ao ser perguntado se não sabia destas limitações ao apoiá-lo em 2014, Irajá respondeu que “no primeiro momento em que ele foi governador, num momento favorável, em que a economia ia bem e os recursos eram maiores, ele foi bem. Mas é na adversidade que a gente conhece o bom gestor. Agora, que a situação é difícil, é que se pode perceber quem é quem, quem tem condições de administrar ou não o Estado”, sustentou.

 

Mudanças na legislação

O deputado avaliou ainda que a mudança na legislação tornou a campanha mais enxuta, mais barata e mais rápida. “Acho que foi muito bom e na próxima eleição isso vai estar assentado”, disse. Irajá considerou importante o dado de que a maioria dos municípios no Tocantins e no Brasil, rejeitaram a reeleição de prefeitos. “isso é um indicativo forte de que a reeleição pode acabar. A Câmara dos Deputados deve voltar a discutir isso, com a alternativa de aumentar os mandatos de quatro para cinco anos”, finalizou.

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