Kátia critica vigência de PEC e diz que mais pobres não podem ser penalizados

Senadora Kátia Abreu afirmou que a conta da crise deve ser dividia por todos os setores, não apenas os mais pobres. “Temos que dividir essa conta com outros setores”, declarou

Senadora Kátia Abreu critica vigência de PEC
Descrição: Senadora Kátia Abreu critica vigência de PEC Crédito: Geraldo Magela

Em pronunciamento no plenário nesta terça-feira (22), a senadora Kátia Abreu (PMDB-TO) criticou a vigência de 20 anos da chamada PEC do Teto, proposta que limita os gastos do governo federal. Para a parlamentar, a validade é muito longa e levará à incapacidade do Estado de voltar a investir e, assim, estimular o crescimento da economia.

Kátia Abreu afirmou ainda que o custo da crise econômica do país não pode ser bancado apenas pela população mais pobres. “Temos que dividir essa conta com outros setores”, declarou.

A senadora disse ter consultado os maiores especialistas em economia e finanças do país para formar seu entendimento a respeito da PEC do Teto. “Nenhum economista, por mais conservador que seja, conseguiu me explicar o porquê de 20 anos”, contou. “Acho 20 anos uma temeridade”, completou.

Especialistas projetam que, se o país fizer a Reforma da Previdência, em oito anos a relação da dívida pública brasileira e do Produto Interno Bruto (PIB) chegará a 60%, percentual considerado adequado.

“Por que não poderíamos ter uma proposta razoável, de vigência até quando o governo chegar à relação dívida-PIB em 60%? Por que hoje vamos sacrificar tanto o país aprovando 20 anos? De onde Henrique Meirelles tirou isso?”, questionou a senadora em plenário.

Kátia Abreu voltou a dizer que os mais pobres serão, de fato, os mais prejudicados com o congelamento dos investimentos por 20 anos. “O argumento de que os pobres estão pagando a conta não é história de esquerda. Quem usa escola pública, programas sociais, não são as classes A e B”.

Despesas tributárias
Kátia Abreu defendeu revisão das despesas tributárias (subsídios e desonerações) do governo federal, que atualmente somam R$ 271 bilhões anuais. A senadora propõe a redução desses gastos em um ponto percentual – o que geraria economia de R$ 60 a R$ 70 bilhões ao ano.

“Por que ninguém fala em despesas tributárias? Quando o Brasil pôde, deu o incentivo, agora que não pode mais, esses setores que foram beneficiados precisam devolver o incentivo, dividir a conta com os que são mais pobres”, argumentou a senadora.

A parlamentar afirmou ainda que a contribuição do Imposto de Renda sobre lucro presumido é uma “farsa”. O verdadeiro lucro presumido desse setor empresarial, disse, é de 90% e não de 36%. Se essa diferença fosse tributada, a Receita arrecadaria R$ 10 bilhões a mais por ano.

“Lucro presumido só existe no planeta Brasil. É mais um lobby pesado sofrido pelo Congresso. Por que a equipe econômica não trata desse assunto? Porque eles acham muito mais difícil enfrentar as corporações do que as famílias brasileiras”, disse.

Assista à íntegra do pronunciamento da senadora: https://www.youtube.com/watch?v=o1-5xiQKylc&feature=youtu.be

 

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