Kátia vai à Dilma reivindicar plano safra a longo prazo de quatro a cinco anos

A senadora apontou que inflação dos alimentos não é culpa do campo e sim da falta de políticas públicas mais consistentes ao setor e frisa que “curvas perigosas fazem com que o campo produza menos”

Senadora Kátia Abreu
Descrição: Senadora Kátia Abreu Crédito: Lourenço Bonifácio

A proposta de um plano safra plurianual 2014/2015 com planejamento de quatro a cinco anos é o principal tema de uma audiência da senadora Kátia Abreu (PSD), presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), com a presidente Dilma Rousseff (PT), às 17h30 desta segunda-feira, 27, no Palácio do Planalto, em Brasília.

Em entrevista exclusiva ao T1 Notícias, na manhã desta segunda no Instituto Federal do Tocantins (IFTO), Campus de Palmas, onde inaugurou laboratórios de Mecatrônica e Hospedagem, a senadora apontou que o brasileiro está consumindo mais alimentos e que a produção não aumentou porque os produtores não têm políticas públicas consistentes e nem segurança para fazer investimentos. Ela considera ser preciso fazer o setor perder o medo, pisar firme no acelerador e produzir mais. O anúncio do plano safra 2013/2014 deve ser feito no próximo dia 4 de junho, em Brasília.

“Quando você está numa reta sem perigo, você solta o freio e anda um pouco mais depressa. Quando você vê curvas perigosas e que alguma coisa pode acontecer, é fato que você vai diminuir o acelerador. Essa coisa de plano safra de ano em ano é passado. A agricultura se desenvolveu e precisamos de planejamento a longo prazo”, afirmou Kátia Abreu.

Kátia Abreu destacou que a produção de alimentos tem um conjunto de dificuldades que impõe ao produtor uma pisada no freio. Ela frisou que o campo poderia produzir mais para atender a demanda por alimentos. “O que dá medo ao produtor? A falta de chuva, excesso dela. Então o clima é uma crise. No Brasil, só se segura 10% das lavouras e nos Estados Unidos 80%, Europa 86%. Lá, eles estão pisando no acelerador e nós no freio. Isso porque temos medo de não chover, medo disso, medo daquilo. Precisamos resolver problemas de segurança jurídica e políticas públicas”, declarou a senadora.

Ainda falando sobre os alimentos, a senadora disse que a produção não diminuiu, entretanto repetiu que poderia aumentar mais. Entre os problemas, Kátia Abreu disse que têm as questões trabalhistas, ambientais, invasão de terras, invasão de terras indígenas em cima dos produtores.

Inflação

Questionada sobre a inflação dos alimentos, a senadora disse que é preocupante porque afeta principalmente as famílias com menor renda que aumentam os gastos com alimentação e consome menos outros produtos. Kátia Abreu destacou que o consumo de alimentos está acelerado e isso significa que as pessoas estão comendo bem. Mas, fez questão de falar novamente que são necessárias políticas públicas para fazer o produtor perder o medo, pisar firme no acelerador e produzir mais alimentos.

A senadora destacou que o aumento da demanda por alimentos foi além da produção e fez paralelo com a produção de carros no País. “Estamos livres da inflação a menos de 20 anos e então é muito recente para quem viveu um terror. Qualquer tipo de movimento pró-inflação assusta os brasileiros e com razão porque afeta e indica o empobrecimento das pessoas de qualquer faixa de renda, especialmente das classes D e E e a classe média”, frisou a senadora. De acordo com Kátia a desoneração de produtos da cesta básica não vai resolver o problema da inflação sozinha.

Mão-de-obra

Para a senadora o apagão da mão-de-obra é um problema para o Brasil. Conforme Kátia Abreu o apagão e o número de empregados “é uma coisa que não combina com a outra. Estamos com desemprego baixo e ao mesmo tempo a mão-de-obra não está especializada. Precisamos casar essas duas coisas. As pessoas estarem empregadas, mas com qualidade”, frisou a senadora.

Kátia Abreu apontou que falta mais tecnologia no País para aumentar produtividade da mão de obra tanto no meio urbano quanto no rural. “Vou dar um exemplo, um trabalhador está produzindo dois ventiladores enquanto poderia produzir cinco. E isso quer dizer que o produtor é preguiçoso? Não. Está faltando instrumentos, laboratórios de mecatrônica, faltando novas tecnologias para que o funcionário produza mais”, alertou a senadora apontando que o mesmo problema afeta o campo.

 

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