MP da Polícia Civil é aprovada na AL com uma emenda

Emenda do deputado Zé Roberto foi rejeitada por 11 votos contra e nove a favor. Deputados da base e oposição discutiram calorosamente na AL durante votação...

Deputados discutiram durante votação na AL
Descrição: Deputados discutiram durante votação na AL Crédito: T1 Notícias

Emendas à Medida Provisória (MP) nº 21, que trata da estrutura do Plano de Cargos, Carreiras e Salários da Polícia Civil, foram calorosamente debatidas em sessão extra na tarde desta quarta-feira, 11, na Assembleia Legislativa (AL). A emenda de autoria do deputado estadual José Bonifácio (PR) foi aprovada por unanimidade. Já outra emenda, de deputado Zé Roberto (PT), rejeitada por 11 votos contrários e nove a favor.

José Bonifácio, autor da emenda, que iguala os peritos policiais com peritos criminais, afirmou em seu discurso na tribuna que “o pai desta criança não somos eu, nem Sargento Aragão (Pros), nem Zé Roberto (PT), mas toda a AL, assim como de todos os policiais civis que estão aqui para ver essa criança nascer. Vocês são os pais e as mães desse projeto” e completou dizendo que “serão heróis todos os que forem ao Governador Siqueira Campos (PSDB) para que não vete essa emenda”. 

Conforme o deputado, peritos policiais e peritos criminais “são categorias diferentes que fazem a mesma coisa”. O deputado pediu em sua emenda a equiparação dos cargos.

A emenda do deputado Zé Roberto, que prevê que os policiais civis estariam aptos a transposição para a tabela II na estrutura de cargos da Polícia Civil a partir de janeiro de 2014, foi rejeitada depois de uma intensa discussão entre deputados governistas e oposição. Na matéria do Governo, esses policiais só poderiam progredir após três anos, contados a partir de janeiro de 2014. O petista, com a emenda, queria que essa progressão fosse imediata.

Em seu discurso, o deputado Zé Roberto disse que “esta é uma emenda dos policiais civis, que através dos seus trabalhadores e sindicatos chegou aqui. Era do Lélis [na época em que foi derrubada na CCJ] e nós reapresentamos na Comissão de Segurança. Nenhum subterfúgio que usem contra essa emenda vão derrubar”.

Antes do fim da votação o autor da emenda havia afirmado que “não há veto do governo que vete esta emenda se os 14 deputados que disseram que vão votar o fizerem”. No final do discurso, sabendo o que ia acontecer, o deputado lamentou que “quatro deputados mudaram de opinião depois da reunião [com Lúcio Mascarenhas, nesta quarta-feira, ao meio dia]”. Zé Roberto defendeu que a emenda simplesmente faria valer artigo do Governo.

O deputado Marcelo Lelis (PV) ao proferir seu voto, disse que “a emenda faz justiça aos policiais mais antigos do Tocantins, os remanescentes de Goiás. Se essa emenda for rejeitada esses pioneiros não poderão se beneficiados”.

O líder do Governo na AL, deputado Carlão da Saneatins, argumentou que a aprovação da Lei 1.545 de 2004, que dispõe sobre o Plano de Cargos Carreiras e Subsídios dos Policiais Civis, foi um crime. “Deram com uma mão e tiraram com a outra. A injustiça foi causada por essa lei”. De acordo com o deputado a aprovação da emenda do deputado Zé Roberto causaria grande prejuízo.

 

Emenda do Zé Roberto

Votaram a favor os deputados: Freire Junior (PV), Luana Ribeiro (PR), Marcelo Lelis (PV), Manoel Queiroz (PPS), Sargento Aragão (PPS), Eli Borges (PROS), Zé Roberto (PT), Amália Santana (PT) e Josi Nunes (PMDB).

Votaram contra: Carlão da Saneatins (PSDB), Osires Damaso (DEM), Eduardo do Dertins (PPS), Stalin Bucar (SDD), Iderval Silva (SDD), Vilmar do Detran (SDD), Raimundo Palito (PEN), Zé Geraldo (PTB), José Bonifácio (PR), Amélio Cayres (SDD) e Toinho Andrade (PSD).

 

Entenda melhor a emenda de Bonifácio

Em 1994 no Governo de Moisés Avelino (PMDB), foi realizado o primeiro concurso para os quadros da Secretaria da Segurança Pública do Estado. Como a maioria dos peritos que trabalhavam na Segurança Pública ainda não tinham nível superior, mas eram eles que realizavam o trabalho pericial, o então secretário, Júlio Resplande, ao realizar o concurso, inseriu a categoria de Peritos Policiais (nível médio), junto à de Peritos Criminais (nivel superior), pois havia uma dificuldade em encontrar profissionais de nível superior que quisessem exercer a função no Estado, principalmente, no interior. 

O Curso de Formação pela Academia de Polícia era uma das condições para ser perito. Assim, tanto os peritos policiais, quanto os criminais fizeram o curso de perito criminal na mesma academia e são, inclusive, portadores dos mesmos certificados. Posteriormente, todos os peritos policiais, fizeram cursos de nível superior. 

De acordo com informações obtidas por através de um perito policiail, com a equiparação proposta na emenda de bonifácio serão beneficiados 23 concursados para a área. Atualmente os peritos criminais ganham 60% que para exercer o mesmo tipo de trabalho.

A emenda rejeitada de Zé Roberto

A redação da emenda proposta pelo petista Zé Roberto definia que os peritos que chegaram na classe especial - onde não havia mais chances de prmoção - teriam que ser promovidos automaticamente em janeiro de 2014. A rejeição por parte da base governista, deixou a redação original proposta pelo governo, de que só poderão ter a progressão em 2017, isto é, daqui a três anos. 

 

(Atualizada dia 12/12/2013 às 11h06min)

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