Na defesa do governo,Borges declara: “Não podemos fazer denúncias infundadas"

Afirmando haver indícios de ilegalidades, Lúcio Campelo pediu, em 14 de março, que o secretário de infrestrutura esclarecesse a compra de material para tapar buracos

O líder do governo na Câmara, vereador Joel Borges (PMDB), subiu à tribuna na sessão desta terça, 02, e reclamou do que disse ser um “clima de denuncismo” contra a gestão do prefeito Carlos Amastha (PP). Borges apontou para o vereador Lúcio Campelo (PR) como o parlamentar que tem feito denúncias infundadas e elogiou os outros vereadores de oposição. Na defesa do governo, Joel Borges fala de Lúcio Campelo e aponta denuncismo.“Não podemos fazer denúncias infundadas”.

Campelo se defendeu afirmando: “Aquilo que causa espanto, assusta ou causa prejuízos eu vou falar. O senhor, vereador Joel Borges, tem que dar palpite é na vida do seu filho. Não vou aceitar. Exigo respeito a minha posição. Na condição de vereador de oposição eu vou criticar sim”.

Borges disse que esperava que as discussões fossem mais no plano ideológico e afirmou que Campelo tem imprimido um clima de denuncismo. Borges citou explicitamente o caso da denúncia de Campelo sobre o termo de adesão a ata de registro de preços nº 20120433 do pregão presencial nº 9 2012-010SEMOB. Na ocasião, Campelo questionou o que chamou de "carona na ata de registro de preço no dia 14 de março e disse ter indícios de irregularidades, pois o material (recompositor de pista, usinado a quente, para manutenção de pavimentos, tapa buracos) havia sido entregue antes da ata ter sido publicada. Na época, Borges defendeu que o material era uma doação. No Diário Oficial do município desta segunda-feira, 1, a ata foi publicada com novos valores e quantitativo diferente da primeira publicação.

O líder do Governo destacou que a prefeitura foi orientada a cancelar a ata, pois na época o orçamento não havia sido liberado. “O vereador Lúcio Campelo trouxe uma denúncia em relação a infraestrutura e só esqueceu de se certificar que o informante dele fosse mais prudente na denúncia. O Diário Oficial trouxe o cancelamento da ata”, apontou Joel acrescentando que “o  papel de fiscalizar é inerente a atuação parlamentar”, mas que “não podemos é trazer denúncias infundadas”.

Para Borges, os bons números na gestão Amastha “estão aí e só não ver quem não quer”. “A Ouvidoria está funcionando de fato. Quero pedir aos nobres pares que tenham mais cuidado. Não concordo com o que está errado. Havendo comprovação de improbidade eu também vou pra cima, vou cobrar. Ser líder do governo não quer dizer que eu esteja cego às necessidades da sociedade”.

 

Campelo rebate

Lúcio Campelo retrucou e apontou que em nenhum momento fez denúncias e ainda acusou o líder do governo de tentar esgotar a imagem da oposição. “Denuncismo não. O papel de líder é defender o interesse da gestão. Tanto é verdade que eu fiz um requerimento solicitando informações sobre a ata de registro de preços e o prazo de resposta do requerimento já se esgotou e a resposta não chegou. Isso já é outro ato de improbidade da prefeitura. Quem fez o requerimento foi o vereador Lúcio Campelo e quem respondeu foi vossa excelência o líder do Governo", disse.

Campelo ainda apontou que não tomou nenhum ato na Câmara que não fosse de interesse da população. “Se for pra fazer denuncismo eu tenho 300 denúncias para fazer, mas eu não entro nessa. Acho que estou contribuindo com a minha cidade. A carona na ata de preço foi pegada com data retroativa.”, declarou.

O vereador Campelo afirmou ainda que Borges “está fazendo certo em defender os interesses da gestão” Amastha. “Meu comportamento nunca foi e nunca será de ficar tapando sol com a peneira. Eu tenho que ficar pedindo benção para o Amastha porque ele é o chefe? Chefe meu não. Ele tem o meu respeito como prefeito. Entendo que ele precisa no mínimo de 100 dias para dar andamento a sua gestão.”, disse.

Borges rebateu afirmando que o informante de Campelo “está muito ruim de serviço” e que ele fazia “denuncismo sim”. Joel frisou: “O senhor deve ter cuidado porque às vezes o tiro pode sair pela culatra”, afirmando que a  popularidade do prefeito Carlos Amastha estaria em alta.

 

Entenda o caso

Em 14 de março Campelo convidou o secretário de infraestrutura, Marcílio Ávila, para que prestasse esclarecimentos sobre a compra do material e disse que pairavam dúvidas sobre o caso. “Se o Executivo publicou no Diário Oficial do dia 12 de março a adesão na ata de registro de preço do estado do Pará, com o propósito de comprar da empresa BP3 Asfalto, por que contrariando a lei de licitação, sem empenho e sem contrato, o Executivo recebeu estes produtos e os utiliza a mais de um mês?”, questionou na época. A ata havia sido publicada com erros e foi corrigida no Diário Oficial de Palmas desta segunda-feira. A nova publicação traz a quantidade de 50 mil sacos do material ao preço de R$ 43,50 cada, totalizando o valor de mais de R$ 2 milhões. Na publicação anterior o material seria 2.500 sacos também ao preço de R$ 43,50, mas o total foi quantificado em R$1.087.500,00. A empresa que fornece o material é a BP3 Comércio Atacadista de Asfalto Ltda-ME. 

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