Prefeito lamenta fechamento da Mariner; "Freou a economia da região"

Empresa previa investimento de R$ 15 milhões na cidade e qualificou mão-de-obra local para trabalhar na produção de calçados; a deputada Amália Santana disse cobrar soluções do Governo do Estado

José Santana
Descrição: José Santana Crédito: Lourenço Bonifácio

O prefeito de Colinas, José Santana (PT), lamentou em entrevista ao T1 Notícias o fechamento da empresa Mariner na cidade, a demissão dos funcionários e a desarticulação da cadeia produtiva do couro na região. José Santana criticou a falta de decisão do Governo do Estado sobre a questão do distrito industrial em Colinas e apontou que o prejuízo está sendo grande para o município. José Santana disse que com os problemas no distrito industrial de responsabilidade do Estado, a prefeitura vai construir um novo distrito de domínio municipal.

Para o prefeito a questão da indústria e dos distritos industriais no Tocantins é anormal. José Santana destacou que e preciso ter vitórias no setor e não derrotas ao apontar que o fechamento da Mariner freou a economia do município. Entretanto disse que está buscando alternativas para o desenvolvimento da cidade. "A cadeia do couro tinha dado fortes sinais de que seria um ponto forte da nossa economia. É uma questão de anormalidade. Enquanto os outros estados brasileiros estão galopando, nós estamos tentando decidir o que fazer. Estamos perdendo tempo e o tempo não perdoa. O prejuízo vai ser grande se a gente não andar mais rápido com essa decisão sobre a indústria e os distritos industriais”, afirmou José Santana.

José Santana destacou que buscou a Mariner em Franca, no interior de São Paulo justamente porque queria fomentar a cadeia produtiva no couro que é importante para a economia de Colinas e região. “Nós convencemos a empresa que a região era importante para as suas atividades. A instalação da fábrica veio complementar a cadeia do couro. Eles fizeram muitos investimentos e não têm segurança jurídica por causa desse problema do lote no distrito industrial”, afirmou o prefeito acrescentando que a empresa resolveu não investir mais até que tenha uma solução da questão do lote.

De acordo com o prefeito a Mariner ainda mantém a empresa Curtidora Tocantins na cidade e continua dialogando com a Prefeitura. O prefeito apontou que está buscando novos investimentos para a cidade e que está captando cerca de 15 empresas para se instalarem no distrito industrial municipal e gerar emprego e renda.

Repercussão

De Colinas, a deputada Amália Santana (PT) disse que tem cobrado soluções do Governo do Estado para o problema do distrito industrial e apontou que a Mariner ficou desestimulada com a questão. “A empresa Mariner disse que não tem mais interesse em continuar com as ações da fábrica de sapatos e estamos em conjunto com o município buscando alternativas”, frisou Amália.

A deputada disse ainda que sem emprego e renda a situação dos municípios fica mais difícil. “Não podemos depender só do emprego gerado pelo Governo e município. É por isso que estamos com esses problemas de empregos porque não tem outra opção. Precisamos buscar novas alternativas. É preciso atrair novas empresas para o Estado”, afirmou a parlamentar.

Mariner

A Mariner é uma marca paulista de sapatos masculinos proveniente da cidade de Franca, maior polo calçadista do país há quase 30 anos. A empresa abriu a fábrica de fábrica de calçados em Colinas que fechou. O grupo ainda mantém em Colinas um curtume, a Curtidora Tocantins que tinha previsão de investimento de mais R$ 25 milhões. Mais R$ 15 milhões foram previstos para serem aplicados na completa instalação da fábrica de calçados. Ao todo, o investimento na cidade seria de R$ 40 milhões.   

A previsão da fábrica em Colinas era de produzir inicialmente 400 pares de calçados por dia, podendo chegar a 2 mil pares por dia. A área da empresa no distrito industrial é de 20.800 m² com área coberta de 5 mil m². A empresa qualificou 200 trabalhadores em Colinas. O grupo calçadista produz anualmente 2 milhões de pares de calçados, exportando seu produto para 48 países, e atende também ao mercado brasileiro.

 

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