Abaixo do limite do bom senso, Defensoria precisa repensar

Órgão do Executivo, embora com orçamento próprio e gestão independente, a Defensoria Pública no Tocantins alcançou patamar invejável, mas derrapa na falta de bom senso e beira a ilegalidade...

Defensoria aumenta gastos e passa a dever Igeprev
Descrição: Defensoria aumenta gastos e passa a dever Igeprev Crédito: Bonifácio/T1Notícias

O Tocantins tem se tornado ao longo dos últimos anos, cenário de distorções salariais enormes entre o público e o privado. E mais, dentro do serviço público, palco de um jogo de pressão e força que tem tornado os poderes independentes em ilhas de benesses inimagináveis para o servidor do Executivo.

 

Na semana passada, descobrimos, perplexos, que a Defensoria Pública do Tocantins -  melhor estruturada que a de Goiás, por exemplo - chegou a um ponto que beira a ilegalidade: está deixando de pagar há exatos três meses, os repasses devidos pelo órgão ao Igeprev.

 

Questionada, respondeu em parcas linhas que o repasse mensal que lhe é destinado pelo Estado é insuficiente. Fui procurar saber se houve redução do seu orçamento. Se há diferença entre o estimado e o que tem sido recebido. Nada disto.

 

A Defensoria Pública teve seu orçamento corrigido da mesma forma que demais poderes -  o mesmo percentual do Executivo, já que não é poder paralelo - mas não consegue pagar suas obrigações por que carregou suas despesas com pessoal e não fez qualquer esforço para cortar despesas. Ao contrário.

 

O descontrole das finanças começou lá atrás, quando em período vedado, encaminhou projeto, fez seu lobby e conseguiu aprovar aumento de salários para seus membros. É bom lembrar que estamos falando de uma gestão reconduzida pelo voto, numa reeleição.

 

O salto da folha está registrado: R$ 745 mil reais/mês.

 

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O aumento aprovado, tem sido pago. No começo do ano, conforme registramos atentos aqui, fixou valores para plantões de Defensores, aumentando despesas. Coisa de R$ 6 mil mês por defensor plantonista, segundo corre por lá, já que em nenhuma nota, a transparência prevaleceu ao responder questionamentos. Foram notas evasivas, protegendo os valores da avaliação crítica do leitor/contribuinte.

 

O fato é que ao crescer nos últimos anos, ao conquistar direitos que eram justos, a Defensoria simplesmente veio perdendo a noção do bom senso, até chegar a este limite onde estamos.

 

Por qual motivo não economiza? Não corta despesas, não reduz diárias, não define seus custos dentro da realidade do Estado?

 

A grande verdade é que aumentaram suas despesas, deixaram de cumprir seus compromissos e agora querem mais. Parece o comportamento de um adolescente que extrapola a mesada e acha que o pai é obrigado a lhe dar sempre mais. Uma coisa absolutamente sem noção.

 

Está na hora de defensores e seu gestor, repensarem suas responsabidades de servidores públicos. É uma instituição que tem uma bela missão. Mas que se encantou com sua imagem no espelho e se distanciou da realidade em que vive, se desconectando do povo ao qual deve servir.

 

O ônus de sustentar a máquina pública do Estado, com seus servidores do Executivo, Legislativo e Judiciário, pesa cada dia mais nos ombros do contribuinte. É preciso respeitar o bolso de quem paga por isso.

 

Mais bom senso e menos deslumbre, cairia bem!

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