Marcelo pode migrar para PT ou PR e Eduardo para partido da base de Dilma

De Marcelo Miranda a Eduardo Siqueira, maiores nomes para eleição a governo e Senado ensaiam mudança de partido para se aproximar de Dilma. Kátia Abreu pode migrar para o PMDB

 

Faltando um ano para o afunilamento de candidaturas a governo e exatos um ano e três meses até que as convenções referendem estes nomes, os bastidores da política tocantinenses apontam para manobras incendiárias.

 

Explico: Seja lá quem alimente um sonho de ser governador ou senador neste Estado, todos querem o apoio da poderosa Dilma. A presidenta que oscila para o alto na última pesquisa de popularidade medida pela imprensa nacional, é a companhia desejada de qualquer pré-candidato. Seja do governo ou da oposição.

 

Isto embora o governo seja do PSDB e pela lógica, devesse estar mais próximo de Aécio Neves, ou Eduardo Campos.

 

Pois bem. Um velho amigo, militante do PMDB, encontrou semana passada com o ex-governador Marcelo Miranda e ouviu dele que diante do imbróglio vivido pelo partido ele pode bater asas e voar para... o PT, ou o PR do senador João Ribeiro.

 

Marcelo e Ribeiro estiveram juntos no final de semana, como se vê na foto que vai hoje estampada nos principais portais de jornalismo do Estado. E mais: Marcelo afirma que espera por João, para dar uma volta pelo Tocantins.

 

Todas as pesquisas a que tive acesso até aqui são unânimes num resultado: Marcelo Miranda continua querido e lembrado quando se fala em intenção de voto para 2014. É disparado o líder de todas as pesquisas de intenção de voto prévias. A dúvida que persiste é: ele poderá ser candidato? Teses e mais teses conspiram contra e a favor.

 

Mas sigamos.

 

A segunda colocada, tem sido a senadora Kátia Abreu, do PSD. Do terceiro em diante, os resultados variam. Os nomes se alternam entre Eduardo Siqueira, Carlos Gaguim e João Ribeiro. Na espontânea aparecem nomes interessantes.

 

Marcelo Lélis e Ataídes de Oliveira entre eles.

 

A questão é que, por mais que seja uma incógnita jurídica, Marcelo Miranda começa a duvidar que tenha segurança política de ser indicado pela sua legenda a qualquer das duas vagas. Tem razão: a ala governista está com as duas mãos no manche de comando do partido. Pode perder? Pode. Mas demora.

 

Está mais fácil perder para Kátia Abreu, me antecipou uma fonte de Brasília. Os ex-governadores já teriam sido sondados sobre a relação que têm com a senadora e sobre o que pensam de sua chegada ao partido. Pela mesma forma os federais Osvaldo Reis e Júnior Coimbra também foram informados de que há uma conversa em andamento entre Michel Temer e Kátia.

 

A senadora, que vive um momento excepcional com a presidenta Dilma Roussef, quer disputar a reeleição. Mas político nenhum que se preze deixa passar cavalo arriado na porta. E assim como era segunda colocada na época em que abriu para Siqueira. Kátia Abreu, segunda agora, pode ser alçada à primeira, na impossibilidade de que Marcelo concorra. Percebem?

 

Eduardo na estrada...

 

Só que o Xadrez é um pouco mais complicado. Eduardo Siqueira, por exemplo, é a face política e administrativa do governo atualmente.

 

É ele quem inaugura e lança obras. Entrega Tablets e anuncia recuperação de estradas. Resolve problemas e intermedia a relação do governo com sindicatos. Ou seja: está com a bola toda. E está no jogo. Seja lá qual for a saída que encontrará para disputar.

 

Nos municípios tem até quem faça piada e diga que o governo Siqueira, com Eduardo, lançou o “governo mais perto de você 5”.

 

Do lado do secretário e ex-senador, os deputados estaduais e prefeitos que se chegaram para compor um grupo com o foco lá na eleição de 2014, já anunciaram o desejo com todas as letras. E a busca por uma solução jurídica. Na tese, há até quem defenda que não é necessário solução. Eduardo concorreria no lugar do pai. Uma interpretação um tanto esdrúxula da legislação... mas vamos lá!

 

A questão que coloco aqui é que ninguém mais quer ser oposição, em nível nacional, à Dilma e ao PT. E isso deve provocar diversas mudanças de partido nos próximos meses.

 

Ninguém quer acompanhar o várias vezes derrotado nacionalmente, PSDB. Eduardo por exemplo, tem passaporte carimbado para o PSB. Mas ainda não fez esse movimento. De olho, segundo aliados, no quadro nacional. Não quer ficar preso ao apoio de um candidato que não seja... da base de Dilma.

 

É aí que o angu começa a mostrar seus caroços.

 

Marcelo Miranda, numa hipótese de elegibilidade, abriria mão de disputar o governo para ser candidato ao Senado ao lado de João Ribeiro?

 

Kátia Abreu vai para o PMDB e disputa o governo? Ou fica onde está e segue para o Senado?

 

Marcelo Lélis seguirá caminho de independência com o PV e buscará aliança alternativa fora do grupo Siqueirista, depois do recado das urnas ano passado?

 

Em qualquer hipótese, o cenário que caminha para se formar ano que vem é de fazer rir de antemão. Do jeito que a coisa anda teremos três palanques. Todos reivindicando o apoio de Dilma.

 

No marketing eleitoral – aquela mágica que apresenta a receita de candidato que o povo quer ter um ano antes da eleição e "ajusta" o perfil do cliente às respostas – esse é um caminho perigoso. Ao eleitor pode parecer que são todos iguais. E a gente já sabe que não são. Pelo menos não no “modus operandi”. Nem no trato.

 

Mais que o apoio de Dilma, será mais bem sucedido quem souber fazer a política dos símbolos. E mostrar quem é, e o que quer, antes que o período eleitoral nos surpreenda.

 

 

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