Uma semana em que todos os caminhos levaram à João Ribeiro

De Vicentinho a Raul, dos vereadores de Palmas à lideranças nacionais, a romaria esta semana em torno de João Ribeiro mostram que ele está sim, no meio do cenário que se desenha...

A semana que termina nesta sexta-feira, 7, é simbólica para a política tocantinense. Especialmente para o novo desenho de forças  que vai se formando no cenário que projeta a sucessão do governador Siqueira Campos.

Mais curioso ainda é que o senador João Ribeiro, convalescendo de um transplante de medula óssea esteja nas três movimentações mais significativas dos últimos dias.

Foi na sexta-feira passada, há exatos oito dias, que ele recebeu por exemplo, o senador Vicentinho Alves. Os dois são estrelas do PR. João se distanciou do Palácio ano passado e lançou a filha Luana Ribeiro à prefeitura de Palmas. Ela perdeu a eleição, numa campanha em que pesou bastante o desgaste do prefeito Raul Filho(PT), de quem tinha o apoio. Mas João não perdeu o prestígio.

Vicentinho por sua vez está há muitos anos ligado ao governador Siqueira Campos. Tinha orgulho de dizer, ainda deputado federal e com Siqueira na planície, que era ele quem “carregava sua pasta”.

Foi Vicente quem levou Kátia Abreu, dirigindo, para não ter o motorista como testemunha, a encontrar-se com Siqueira lá atrás, fazendo a reaproximação dos dois ainda no período de governo tampão de Carlos Gaguim.

No começo da semana, Vicente disse com exclusividade ao Portal T1 Notícias que pretende disputar o governo do Estado. E antes disto esteve onde? Em São Paulo, para iniciar um prólogo de conversa com... João Ribeiro. Antes de deixar o PR e tomar rumos de independência para construir candidatura, quer ouvir o companheiro e presidente da legenda, que deu este passo antes dele.

Pano rápido.

Oposição em Palmas pode se recompor

Todo mundo sabe que Carlos Amastha se elegeu com três vereadores (Major Negreiros, Claudemir Portugal e Etinho Nordeste). Levou a reboque o quarto: Marilon Barbosa. E tem hoje uma base de 16 dos 19 membros do parlamento.

Pois bem. Na noite de quinta-feira, Lúcio Campelo, do PR de João, e Folha, do PTN ligado a João confirmaram também ao portal a liberação que o senador fez para que cada um escolha que posição quer adotar.

Em entrevista nesta sexta-feira de manhã, Amastha amenizou o significado da decisão. ““Fico com muito pesar porque queríamos muito ter o partido do nosso lado, é um partido da base da presidente Dilma e um partido muito importante, mas entendo que a situação de saúde do senador, o ele não está no cenário politico, faz com que ele tenha perdido essa liderança neste momento e a gente tem que respeitar esse momento. Mais tarde a gente volta a conversar. Entendi com isso que o PR não está do nosso lado”, disse literalmente o prefeito.

É verdade que o senador está se recuperando de uma doença grave. Mas não se pode dizer que fora do cenário. Ou sem liderança.

O encontro dos vereadores, acompanhados por Raul Filho, ex-prefeito - um grupo que contribuiu grandemente na reta final para descarregar em Amastha e não em Marcelo Lélis o chamado “voto útil” – com João Ribeiro, é traço no céu indicando nuvens de chuva nos próximos meses.

E para um bom entendedor o que vem por aí, é uma aglutinação de forças dentro de uma nova perspectiva. Dificilmente Amastha conseguirá ser “ o líder das oposições” conforme esperava.

Mais consistente, o grupo de Raul, aliado ao grupo de Ribeiro -  que neste momento molda um time só – caminha sim, para se rearticular e se reposicionar no cenário político.

Ribeiro governador

Para chegar a 2014 com condições de disputar e vencer o governo, como vem pleiteando desde 2010, o senador João Ribeiro tinha duas pontes para cruzar: a da doença, e a discussão jurídica que o envolve em acusações de trabalho escravo. Com a mais moderna medicina, a fé e as orações dos amigos, vai vencendo a primeira. A segunda, o tempo dirá.

Mas o que ouvi dos seus vereadores ontem foi que João Ribeiro é candidato a governador.

Dias atrás, no aniversário da esposa do deputado Marcelo Lélis, um encontro inusitado mostrava que em política nada é impossível. A deputada Luana Ribeiro, que goza de uma amizade com Cláudia Lélis que a campanha não destruiu, conversava animadamente com Iratã Abreu. No mesmo ambiente, numa outra roda estava a senadora Kátia Abreu, conversando com Marcelo Lélis.

Esta última, tem estado mais próxima de Ribeiro, para quem tem ligado se mostrado solidária à sua recuperação e com quem tem conversado esporadicamente desde o fim da campanha.

Num cenário desses, há os próximos que torcem por uma união que possa consolidar a chapa Ribeiro governador e Kátia  novamente senadora.

Neste começo de março, em que as peças do xadrez da política tocantinense se movem, cada líder tenta se viabilizar como pode. Eduardo Siqueira, por exemplo, em quem o Palácio aposta suas fichas, está na estrada. No Bico do Papagaio este final de semana, conforme anunciou no Twitter, visitará 15 prefeitos e entregará os notebooks e tablets da Seduc a alunos e professores.

Por hora, é o único que passa ao largo de uma recomposição com Ribeiro.

Este, que mesmo com recomendações de repouso, tem sido o centro em torno do qual gravitam grandes decisões.

(Atualizada 9/3 às 10h30)

 

 

 

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