Correios do Tocantins estão em greve: trabalhadores pedem mais segurança

Além de segurança armada e porta com detector de metais, trabalhadores reivindicam aumento de 10% nos salários, aumento do vale alimentação, maior efetivo e melhores condições de trabalho...

O setor operacional dos Correios do Tocantins, carteiros e atendentes de agência, de todo o Estado entraram em greve na manhã desta quinta-feira, 12. De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos no Estado do Tocantins (Sintect TO), José Aparecido Rufino, “a empresa não atendeu as reinvindicações da categoria”.

A categoria pede além de aumento de 10% nos salários e de R$6 reais no vale alimentação, melhores condições de trabalho, aumento no efetivo, segurança armada e porta com detectores de metais nas agências de atendimento. “Só em 2013 foram seis sequestros e cerca de 30 assaltos. Queremos mais segurança”, afirmou o presidente.

O piso salarial, segundo Rufino é de R$1.004, justificando que “o aumento de 10% é o mínimo que a categoria pode aceitar, mas a empresa propôs apenas 5,27%, o que não cobre nem a inflação, que é de 6,27%”.

Os Correios marcou reunião com a categoria para as 14h desta quinta, segundo o presidente que relatou ainda que, apesar de o Centro de Entrega de Encomendas (CEE) e do Cendro de Distribuição Domiciliar (CDD) e Agências terem parado suas atividades, a empresa deslocou funcionários do setor administrativo para não interromper totalmente o atendimento a população. “Algumas agências ainda estão atendendo, com efetivo reduzido, mas estão funcionando”, disse.

 

Correios

Confira a nota, na íntegra, divulgada pelos Correios a respeito da greve e negociação da empresa com os empregados.

 

NOTA À IMPRENSA – 12/09/2013

A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos informa que estão adotando uma série de ações preventivas para garantir a prestação de serviços à população devido a paralisação parcial dos trabalhadores. Na noite desta quarta-feira, os trabalhadores etiveram realizando uma assembleia geral, quando decidiram pela adesão a paralização.

Apesar da adesão a greve, a Direotira Regional dos Correios no Tocantins, mantem 85,2% do seu efetivo trabalhando, sendo 95% no atendimento das agencias e 70% na distribuição, isso significa dizer que os serviços postais continuarão sendo prestados, de forma a não prejudicar a sociedade.

Caso a paralisação continue, a ECT colocará em prática medidas do seu Plano de Continuidade de Negócios para garantir a entrega de cartas e encomendas e o atendimento em toda rede de agências. Entre as ações estão a realização de horas extras, mutirões para entrega nos fins de semana, deslocamento de empregados entre as unidades e contratações temporárias.

Negociação — Os Correios ressaltam que estão em processo de negociação do Acordo Coletivo de Trabalho 2013/2014 com as entidades sindicais e continuam abertos ao diálogo, não havendo, portanto, justificativa para paralisação. A empresa ofereceu reajuste de 5,27% sobre os salários e benefícios. Este índice, somado à progressão anual concedida no ano passado, equivale ou ultrapassa os índices inflacionários do período, impedindo perdas aos trabalhadores.

A proposta ainda contempla: manutenção de todos os benefícios constantes do acórdão vigente e da assistência médico/hospitalar/odontológica nos termos da cláusula 11, constante do acórdão vigente; vale refeição/alimentação extra a ser concedido em dezembro/2013 para os empregados admitidos até 31/7/2013.

Já o impacto dos itens econômicos das entidades sindicais são impraticáveis. A pauta da Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios (Fentect) tem custo anual de R$ 31,4 bilhões — quase o dobro da previsão de receita dos Correios para este ano ou o equivalente a 50 folhas mensais de pagamento da ECT. No caso dos sindicatos de São Paulo, Rio de Janeiro, Tocantins, Rio Grande do Norte, Bauru e Rondônia (desfiliados da Fentect), o custo é de R$ 4,6 bilhões por ano — mais do que o custo de manutenção da rede de agências de todo Brasil em 2012.

Entre 2003 e 2012, o ganho real dos trabalhadores dos Correios foi de 36,91%, acima da inflação do período. Hoje, a empresa paga em média uma remuneração de R$ 2.149,72 aos carteiros, considerando o salário e os adicionais como anuênio, quinquênio e adicional de distribuição e coleta, entre outros. Todos os trabalhadores dos Correios também têm benefícios como assistência médica, hospitalar e odontológica, inclusive para dependentes.

A ECT destina atualmente 65% de sua receita de vendas ao pagamento dos salários, benefícios e encargos.

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