Relatório aponta estrangulamento do orçamento da Sesau com folha de pagamento

O relatório detalhado elaborado pelo corpo técnico da Sesau foi protocolado nos gabinetes dos 24 deputados estaduais.

Relatório é apresentado a deputados
Descrição: Relatório é apresentado a deputados Crédito: Ascom/Sesau

O secretário de estado da Saúde, Samuel Bonilha, apresentou na terça-feira, 18, o relatório de execução orçamentária e de ações realizadas no primeiro quadrimestre deste ano, na Assembleia Legislativa, em Palmas. O relatório detalhado elaborado pelo corpo técnico da Sesau foi protocolado nos gabinetes dos 24 deputados estaduais.



A apresentação foi feita com base no orçamento aprovado para 2015, previsto em R$ 1.639.053.093,00 e a distribuição de gastos do primeiro quadrimestre realizados por objetivos de programas da pasta previstos no Plano Plurianual (PPA) 2012 a 2015: Atenção Especializada, Vigilância em Saúde, Manutenção da Gestão, Atenção Primária, Qualidade do Sangue, Gestão Estratégica, Saúde Mental, Processos Educacionais, Assistência Farmacêutica, Mulher e Criança e Divulgação das Ações de Saúde.



Segundo a Sesau, o relatório demonstrou uma herança estimada em mais de R$ 300 milhões em dívidas com fornecedores e outras despesas, além do estrangulamento do orçamento da pasta com folha de pagamento, cuja média no período foi de R$ 72 milhões. “Existe uma curva ascendente e danosa e que vai continuar se não houver um estancamento da folha de pagamento. O governo iniciou discussão para avaliar o que é possível fazer para resolver esse problema”, ressaltou o secretário Bonilha.


Na ocasião, o defensor público Arthur Pádua questionou o percentual de servidores dentro do quadro e foi demonstrado que 73,90% dos 12.752 servidores da pasta são efetivos e que já está sendo providenciado levantamento para realização de concurso público que visa a substituição dos funcionários contratados por servidores concursados.



Estoque regulador

Sobre o desperdício de mais de 30 toneladas de medicamentos por conta das más condições de armazenamento, relatado em audiência de prestação de contas anterior, foi apontada a reorganização do Estoque Regulador da Sesau, encontrado em janeiro deste ano sem controle do que estava sendo armazenado ou dispensado e com toneladas de medicamentos inservíveis. Segundo a Sesau, atualmente o Estoque Regulador está fisicamente reorganizado e operando com o sistema MV Soul.



Plantões extras

O relatório apresentado ainda esclareceu a dívida de mais de R$ 30 milhões em plantões extras não pagos prestados por médicos e outros profissionais entre os meses de setembro e dezembro de 2014. De acordo com a Sesau, a dívida foi auditada para efetivação dos pagamentos devidos.



Em relação aos plantões extras realizados no primeiro quadrimestre deste ano, a superintendente de Planejamento e Gestão da Saúde, Luiza Regina Gomes, esclareceu que foram pagos em janeiro e abril de 2015 o total de R$ 8.842.406,79 em plantões extras.



Rede hospitalar e especializada

Sobre a produção da rede hospitalar, o relatório demonstrou que nos primeiros quatro meses de 2015 os 19 hospitais estaduais realizaram 23.764 internações para realização de procedimentos de diagnóstico, clínicos e cirúrgicos. Sendo que os procedimentos cirúrgicos (9.588) são equivalentes a 40,3% das internações realizadas neste período.



Ainda nesta área, o relatório apontou que o Hospital Geral de Palmas (HGP), unidade de referência para todo o Tocantins e estados vizinhos, realizou o maior número de procedimentos envolvendo internação. De todos os procedimentos que motivaram internação neste período 4.248 (17,8%) foram realizados dentro do HGP.



No que diz respeito a oncologia, a produção dos dois hospitais de referência para o tratamento contra o câncer do Estado – Hospital Regional de Araguaína (HRA) e o HGP - mostra que a Sesau conseguiu garantir a realização no primeiro quadrimestre de 4.155 tratamentos oncológicos ambulatoriais, o que inclui serviços de internação e procedimentos específicos da oncologia, sejam eles clínicos ou cirúrgicos.



Audiência

Entre os questionamentos apresentados pelos deputados, o secretário Samuel Bonilha apontou como bem-vinda a sugestão do deputado Zé Roberto (PT) que sugeriu que todas as unidades, independente da natureza do serviço de saúde, exponham em suas recepções a lista de profissionais escalados para que a população tenha conhecimento de quem são os profissionais que atuam no local.



A promotora Maria Roseli ainda questionou a existência de um fluxo para evitar a judicialização de demandas por cadeiras motorizadas para pacientes com deficiência locomotora. O secretário esclareceu, em seguida, que já há um fluxo para atendimento destas demandas, que seguem critérios definidos pelo Ministério da Saúde e que este ano já foi entregue a primeira cadeira motorizada e está em andamento o processo para compra de outras 15.



A audiência foi conduzida pela deputada estadual Valderez Castelo Branco (PP), presidente da Comissão de Saúde na Assembleia. Também estiveram presentes, além dos parlamentares, o conselheiro do Conselho Regional de Medicina (CRM-TO), Eduardo Braga, e o defensor público do Estado, Arthur Pádua.

 

(Com informações da Ascom/Sesau)

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